A delegação comercial da China anunciou esta quinta-feira “progressos importantes” na mais recente ronda de negociações com os EUA que se destinam a evitar uma escalada na guerra comercial entre os dois países.
No final de um encontro de dois dias em Washington, não foi alcançado qualquer acordo mas a China comprometeu-se a comprar mais soja americana. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou que a promessa demonstra que os dois lados estão a fazer progressos.
Em conferência de imprensa ao lado do vice-presidente chinês, Liu He, Trump disse que espera encontrar-se com o seu homólogo Xi Jinping para chegar a um acordo final antes de 1 de março. Em dezembro, as duas partes acordaram uma trégua de 90 dias para negociações.
Na ausência de um entendimento, os EUA imporão no próximo mês um aumento de tarifas, de 10% para 25%, em cerca de 200 mil milhões de dólares (cerca de 175 mil milhões de euros) de produtos importados da China.
“Eu conheço bem o Presidente Xi e estou certo de que nos vamos entender”
À margem da cimeira do G20 na Argentina, em dezembro do ano passado, Trump e Xi Jinping concordaram avançar nas negociações sobre as questões estruturais do diferendo comercial, incluindo “transferências tecnológicas, proteção da propriedade intelectual, ciberintrusão, serviços e agricultura”, como ficou estipulado num comunicado após um encontro informal entre os dois líderes.
Nas últimas semanas, Trump tem manifestado otimismo relativamente ao desenlace das negociações. “Eu conheço bem o Presidente Xi e estou certo de que nos vamos entender muito bem nesta questão”, afirmou Trump na semana passada.
No entanto, os analistas são muito mais céticos, sobretudo tendo em conta a posição dura adotada pelo negociador norte-americano, Robert Lighthizer, que dificilmente cederá nalgumas áreas sensíveis, nomeadamente no que diz respeito às questões de patentes e de propriedade intelectual, onde os chineses se queixam de intransigência por parte dos EUA.
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