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Málaga. Complicações obrigam a mudança de estratégia para resgatar Julen

Málaga. Complicações obrigam a mudança de estratégia para resgatar Julen
Europa Press News/GETTY

Equipas de resgate estão a escavar um segundo túnel vertical e paralelo ao poço onde se encontra Julen, depois de se terem deparado com dificuldades na abertura de um túnel horizontal. Há mais de 100 horas que a criança de dois anos caiu num poço em Totalán, Málaga

Málaga. Complicações obrigam a mudança de estratégia para resgatar Julen

Liliana Coelho

Jornalista

Quando se assinala o quarto dia desde o incidente com Julen, o menino de dois anos que caiu no domingo num poço em Totalán, Málaga, as autoridades espanholas foram obrigadas a mudar de estratégia de resgate.

Depois de encontrarem dificuldades na abertura de um túnel horizontal, devido à presença de formações rochosas, as equipas de resgate apostam agora num segundo túnel vertical e paralelo ao poço onde se encontra a criança, refere o jornal “El Confidencial”.

A estratégia, segundo explica ao diário “El País” o delegado da Associação de Engenheiros do Sul, Juan López Escobar, passa pela abertura de um buraco com cerca de 70 metros, com recurso a escavadoras, sendo que depois serão os mineiros a escavar manualmente os últimos quatro metros para aceder à zona onde se acredita que estará a criança de dois anos. Essa tarefa deveria demorar em condições normais cerca de 12 horas, mas face às dificuldades encontradas não há previsão de quando poderá estar concluída.

No início da manhã, foram transportados para o local enormes tubos de metal para ajudar na operação, numa altura em que as previsões meteorológicas antecipam chuva para o próximo fim de semana.

“Falar de tempo é uma imprudência”

A família e amigos já mostram sinais de desespero, à medida que o tempo passa, depois de um teste de ADN ter confirmado que o cabelo encontrado no furo pertence a Julen. “O importante é chegar ao sítio o mais rapidamente possível, seja de uma forma ou de outra. Falar de tempo é uma imprudência. Uma obra com estas características deveria implicar pelo menos um mês de trabalhos prévios, entre estudos e trabalhos técnicos. Contudo, em Totalán não há tempo”, admite Juan López Escobar.

O poço onde caiu o pequeno Julen – com 110 metros de profundidade e cerca de 30 centímetros de largura –, localiza-se numa área montanhosa de difícil acesso e com formações rochosas, o que dificulta as operações de resgate, em que estão envolvidos mais de cem elementos.

O proprietário da empresa responsável pelo furo, Antonio Sánchez Gámez, reiterou esta quinta-feira que está “de consciência tranquila”, sublinhando que alguém retirou uma pedra que tinha sido colocada no local para tapar o poço.

Esta situação colocou em alerta toda a região. Nesta altura, as autoridades de Málaga estão a efetuar um levantamento sobre os poços ilegais na zona, tendo concluído para já que existem pelo menos duas dezenas de furos de prospeção sem licença.

(Notícia atualizada às 14h03)

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