A Rússia considera “muito necessária” a realização em 2019 de uma reunião entre os Presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, após o cancelamento das duas cimeiras previstas nos últimos meses.
“Considerámos e continuamos a considerar necessário um contacto com um formato mais amplo, agenda fixa e participação de delegações de ambos os países”, disse o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Riabkov, à agência oficial RIA Novosti.
Riabkov insistiu na ideia de que uma reunião ao mais alto nível “é agora muito necessária”. Na sua opinião, “a falta de vontade política” em Washington de trabalhar com a Rússia “em pé de igualdade” agrava ainda mais as relações bilaterais e as discrepâncias em matéria de segurança internacional.
Recentemente, o Kremlin lamentou o cancelamento da reunião prevista no âmbito da cimeira do G20, em Buenos Aires, depois de o mesmo ter acontecido várias semanas antes em Paris, durante a evocação do centenário da I Guerra Mundial.
Trump decidiu suspender a reunião no último momento, devido à retenção, em 25 de novembro, de três barcos ucranianos por guardas costeiros russos no mar Negro, de que Putin teve conhecimento quando viajava de avião rumo à capital argentina.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou a elite política norte-americana de torpedear as intenções de Trump de normalizar as relações com o Kremlin.
Devido à falta de contactos, fica também comprometida a possível visita de Putin aos Estados Unidos na primeira metade do ano e a de Trump à Rússia.
Na semana passada, na sua conferência de imprensa anual, Putin acusou os EUA de aumentarem o risco de uma guerra nuclear ao renunciarem aos tratados de desarmamento, enquanto elogiava a decisão de Trump de retirar as tropas norte-americanas da Síria, apesar de pôr em dúvida o cumprimento da medida.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt