Internacional

Espanha expulsa 55 dos 209 migrantes que saltaram a vala em Melilla no domingo

Cerca de 300 imigrantes tentaram entrar em Espanha no domingo às 09h00 na zona de Rostrogordo, tendo 209 conseguido, um dos quais faleceu

O Governo espanhol entregou esta segunda-feira a Marrocos 55 dos 209 migrantes de origem subsaariana que no domingo tinham saltado a vedação da vala na fronteira do enclave de Melilla com aquele país do norte de África.

A Delegação do executivo em Melilla informou em comunicado que esses migrantes foram transferidos para Marrocos esta manhã, 24 horas depois de terem entrado em Espanha de forma irregular, naquele que foi um dos “saltos” em que participaram mais pessoas durante o corrente ano.

Cerca de 300 imigrantes tentaram entrar em Espanha no domingo às 09h00 na zona de Rostrogordo, tendo 209 conseguido, um dos quais faleceu.

As autoridades revelaram que a autópsia realizada ao corpo indica, de forma preliminar, que não há lesão externa que tenha provocado a morte, mas que foi detetada uma anomalia pulmonar congénita que será agora analisada.

Dos 209 imigrantes que chegaram a Melilla foram entregues a Marrocos 55 em aplicação do Acordo de Readmissão assinado entre as duas partes em 1992, enquanto os outros 153 permanecem na cidade autónoma por diferentes razões, sendo a principal delas o facto de terem solicitado asilo, direito invocado por um total de 140 deles.

Há ainda cinco imigrantes que permanecem hospitalizados e outros com lesões que não precisam de hospitalização, apenas descanso. Os restantes três são menores de idade.

Em junho último, o Governo de Madrid, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, anunciou a intenção de retirar o arame farpado, que limita o fosso, mas tal medida não foi ainda concretizada.

O Estado espanhol é regularmente chamado à atenção pelas autoridades europeias pela forma de tratamento da imigração, particularmente nas cidades norte-africanas de Ceuta e Melilla, as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com África.

No final de agosto, cerca de 100 migrantes que entraram em Ceuta foram enviados de regresso a Marrocos, o que provocou críticas dos defensores dos Direitos Humanos.

A Espanha tornou-se a primeira porta de entrada para a imigração ilegal na Europa, com mais de 47.000 migrantes a entrar no país desde o início do ano, incluindo cerca de 5.000 por terra, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.

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