"Para ganhar, ele terá de disciplinar a tropa petista. Acredito que será muito difícil para Haddad mas não é impossível. Ele encara um dilema.
Por um lado, não pode perder a militância, que tem medo que adote uma estratégia parecida com a de Dilma depois da reeleição em 2014, quando ela prometeu uma estratégia mais radical e depois indicou o Levy, um ortodoxo, como ministro da Fazenda.
Por outro lado, ele precisa de convencer o centro (o que resta dele) que ele é a opção mais moderada e que Bolsonaro representa um risco.
Os primeiros sinais mostram que ele tentará aproximar-se do centro. No seu primeiro discurso, quase não mencionou Lula. Gleisi Hoffmann e Dirceu não podem mais soltar coisas radicais como nas últimas semanas.
Haddad terá de anunciar um ministro da Fazenda antes do segundo turno para convencer a classe média que ele aprendeu com os erros do passado. Isso será o mais difícil: terá a liberdade de falar 'sim, erramos, mas aprendemos com os nossos erros, tanto no âmbito da gestão da economia como com a corrupção'?"
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