A Coreia do Sul disse esta segunda-feira que o abrupto cancelamento da viagem do Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, à Coreia do Norte está a afetar a inauguração de um gabinete intercoreano de articulação, planeada para este mês. “Não se pode dizer que tenha um efeito zero” nos planos de abertura, referiu o porta-voz da Casa Azul em Seul, Kim Eui-kyeom.
Na sexta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, cancelou a viagem de Pompeo à Coreia do Norte, reconhecendo publicamente pela primeira vez que os seus esforços para a desnuclearização de Pyongyang tinham estagnado desde a cimeira com o líder Kim Jong-un em junho.
As autoridades de Seul estão a construir um gabinete de articulação junto à fronteira com a Coreia do Norte, como parte dos esforços do Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, para melhorar os laços entre as duas Coreias. Os planos têm levantado preocupação entre deputados da oposição, analistas e meios de comunicação locais quanto à transferência de material para o gabinete, que poderia violar as sanções das Nações Unidas e dos EUA contra a Coreia do Norte.
Pyongyang acusa Washington de “jogo duplo” e de “planear trama criminosa”
O porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul reafirmou esta segunda-feira que todo o material que irá para o gabinete se destina às operações do próprio escritório e à conveniência dos responsáveis sul-coreanos, não representando qualquer ganho económico para a Coreia do Norte.
O jornal estatal da Coreia do Norte acusou este domingo os EUA de “jogo duplo” e de “planear uma trama criminosa” contra Pyongyang, apesar de não mencionar a visita cancelada de Pompeo.
A cimeira inter-coreana, marcada para setembro, mantém-se na agenda, acentuando-se a papel do Presidente Moon como mediador entre Washington e Pyongyang após o cancelamento da visita de Pompeo, refere o porta-voz de Seul.
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