A Coreia do Norte continua a desenvolver atividades nucleares, apesar das intenções anunciadas em junho pelo seu líder Kim Jong-un. A informação é avançada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) num relatório a que a agência France-Presse teve acesso esta terça-feira.
“A continuação e o desenvolvimento do programa nuclear da República Democrática Popular da Coreia do Norte são extremamente preocupantes”, defende o diretor geral da AIEA, Yukiya Amano, no documento que será submetido à assembleia geral anual da agência em setembro.
A agência das Nações Unidas, que não está presente na Coreia do Norte desde a expulsão dos seus inspetores em abril de 2009, afirma ter informações sobre atividades relacionadas com o “laboratório radioquímico” norte-coreano “entre o final de abril e o início de maio de 2018”, ou seja, já depois da cimeira histórica entre as duas Coreias. Além disso, a AIEA detetou que o reator experimental de Yongbyon prossegue o seu “ciclo operacional” iniciado em dezembro de 2015, que Pyongyang continua a construir o seu reator de água leve e que a extração e concentração de urânio em Pyongsan também decorrem normalmente.
Pyongyang deve “cumprir plenamente as suas obrigações”
Amano considera “profundamente lamentáveis” estas atividades, que violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e exorta, mais uma vez, a Coreia do Norte a “cumprir plenamente as suas obrigações” internacionais. O diretor da AIEA sublinha ainda que a agência está pronta para retomar rapidamente as suas inspeções no país.
Kim Jong-un reafirmou o seu compromisso com uma “completa desnuclearização da península coreana” numa reunião sem precedentes com o Presidente dos EUA, Donald Trump, realizada a 12 de setembro. A intenção já tinha sido anunciada no final de abril durante a cimeira com o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.
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