Internacional

EUA repõem sanções ao Irão

Uma Estátua da Liberdade hostil ao Irão, num mural em Teerão
Uma Estátua da Liberdade hostil ao Irão, num mural em Teerão
Nazanin Tabatabaee Yazdi / TIMA / Reuters

A Administração Trump reintroduziu, esta terça-feira, sanções ao Irão levantadas pelo Governo de Obama após a assinatura do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano. Enquanto Teerão denuncia uma “guerra psicológica”, Bruxelas protege as empresas europeias de possíveis retaliações dos Estados Unidos

Margarida Mota

Jornalista

Noventa dias após Donald Trump anunciar a retirada dos Estados Unidos do acordo internacional sobre o programa nuclear do Irão, o chefe de Estado norte-americano assinou, esta segunda-feira, um decreto executivo que volta a impor pesadas sanções económicas à República Islâmica.

O mais recente pacote de sanções — que entrou em vigor esta terça-feira — penaliza, entre outros, a compra de dólares por parte do Governo de Teerão, o comércio de ouro e outros metais preciosos e a indústria automóvel iraniana.

Dentro de 90 dias, em novembro, está prevista a entrada em vigor de mais um conjunto de sanções, que terão como alvo o sector petrolífero iraniano.

Trump considerou o acordo internacional assinado a 14 de julho de 2015 por EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha, “desastroso” e “o pior que alguma vez viu”. Ao reintroduzir sanções que tinham sido levantadas pela Administração Obama, o Governo de Trump visa pressionar o Irão no sentido da negociação de um novo acordo.

“Negociações e sanções não faz sentido”, reagiu o Presidente do Irão. “Sempre favorecemos a diplomacia e conversações, mas conversações requerem honestidade.” Hassan Rohani acusou os EUA de promoverem uma “guerra psicológica” destinada a “semear a divisão entre os iranianos”.

Europeus ao lado do Irão

Por seu lado, a União Europeia lamentou a posição norte-americana. Numa declaração conjunta, Federica Mogherini, Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, e os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Reino Unido e Alemanha — os três Estados membros da UE signatários do acordo — afirmaram que o acordo “está a funcionar”.

Bruxelas reafirmou que o compromisso alcançado há mais de três anos, em Viena, está a atingir o seu objetivo, “assegurando que o programa iraniano permanece exclusivamente pacífico, como foi confirmado pela Agência Internacional de Energia Atómica em 11 relatórios consecutivos”.

A UE anunciou também a entrada em vigor de legislação destinada a “proteger as empresas da UE com negócios legítimos com o Irão do impacto das sanções extraterritoriais dos EUA”.

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