Noventa dias após Donald Trump anunciar a retirada dos Estados Unidos do acordo internacional sobre o programa nuclear do Irão, o chefe de Estado norte-americano assinou, esta segunda-feira, um decreto executivo que volta a impor pesadas sanções económicas à República Islâmica.
O mais recente pacote de sanções — que entrou em vigor esta terça-feira — penaliza, entre outros, a compra de dólares por parte do Governo de Teerão, o comércio de ouro e outros metais preciosos e a indústria automóvel iraniana.
Dentro de 90 dias, em novembro, está prevista a entrada em vigor de mais um conjunto de sanções, que terão como alvo o sector petrolífero iraniano.
Trump considerou o acordo internacional assinado a 14 de julho de 2015 por EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha, “desastroso” e “o pior que alguma vez viu”. Ao reintroduzir sanções que tinham sido levantadas pela Administração Obama, o Governo de Trump visa pressionar o Irão no sentido da negociação de um novo acordo.
“Negociações e sanções não faz sentido”, reagiu o Presidente do Irão. “Sempre favorecemos a diplomacia e conversações, mas conversações requerem honestidade.” Hassan Rohani acusou os EUA de promoverem uma “guerra psicológica” destinada a “semear a divisão entre os iranianos”.
Europeus ao lado do Irão
Por seu lado, a União Europeia lamentou a posição norte-americana. Numa declaração conjunta, Federica Mogherini, Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, e os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Reino Unido e Alemanha — os três Estados membros da UE signatários do acordo — afirmaram que o acordo “está a funcionar”.
Bruxelas reafirmou que o compromisso alcançado há mais de três anos, em Viena, está a atingir o seu objetivo, “assegurando que o programa iraniano permanece exclusivamente pacífico, como foi confirmado pela Agência Internacional de Energia Atómica em 11 relatórios consecutivos”.
A UE anunciou também a entrada em vigor de legislação destinada a “proteger as empresas da UE com negócios legítimos com o Irão do impacto das sanções extraterritoriais dos EUA”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MMota@expresso.impresa.pt