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“Vergonha!” Milhares de polacos em protesto contra medida que permite ao Governo escolher presidente do Supremo

“Vergonha!” Milhares de polacos em protesto contra medida que permite ao Governo escolher presidente do Supremo
Omar Marques/SOPA Images/LightRocket/Getty Images

“Sem reformas judiciais, não podemos reconstruir o estado polaco de forma a que este sirva os cidadãos”, afirmou Jaroslaw Kaczyńsk, o líder do partido Lei e Justiça. No início do mês, 22 juízes do Supremo Tribunal foram forçados a uma reforma antecipada. A última emenda, adotada pela câmara alta do Parlamento no início da semana, destina-se a facilitar a nomeação do novo presidente do Supremo

“Vergonha!” Milhares de polacos em protesto contra medida que permite ao Governo escolher presidente do Supremo

Hélder Gomes

Jornalista

Milhares de pessoas saíram esta quinta-feira à rua em toda a Polónia em protesto contra uma medida que permite ao Governo escolher o próximo presidente do Supremo Tribunal. A medida, promovida pelo partido Lei e Justiça (PiS) e promulgada pelo Presidente Andrzej Duda, tem sido criticada pela União Europeia, por grupos de direitos humanos e pelos partidos da oposição no país, que dizem estarem em causa a independência do poder judicial e a própria democracia.

Reunida à frente do palácio presidencial, em Varsóvia, uma multidão cantava “vergonha”, enquanto muitos seguravam velas e canetas, numa referência à prontidão de Duda para assinar as medidas do partido no Governo, e gritavam “parte a caneta” e “vais para a prisão”. Manifestações semelhantes eclodiram em mais de 20 cidades e vilas em todo o país.

É necessário erradicar a influência do passado comunista, diz PiS

O PiS defende que é necessária uma revisão para tornar os tribunais mais eficientes e erradicar a influência do passado comunista da Polónia. “Sem reformas judiciais, não podemos reconstruir o estado polaco de forma a que este sirva os cidadãos”, afirmou Jaroslaw Kaczyńsk, o líder do partido eurocético e nacionalista, citado pela agência Reuters.

No início do mês, 22 juízes do Supremo Tribunal foram forçados a uma reforma antecipada. No entanto, a presidente Malgorzata Gersdorf recusou aposentar-se, alegando que o seu mandato constitucional só termina em 2020.

A última emenda, que foi adotada pela câmara alta do Parlamento no início desta semana, destina-se a facilitar a nomeação do novo presidente do Supremo.

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