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Pedro Sánchez quer juntar Portugal a Espanha, França e Alemanha no eixo de países europeístas

Pedro Sánchez quer juntar Portugal a Espanha, França e Alemanha no eixo de países europeístas
Susana Vera/Reuters

Três semanas depois de ser nomeado presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez dá uma longa entrevista em que inclui Portugal no eixo de maior influência europeia, isto a poucos dias de se reunir com António Costa em Lisboa, e diz que a Catalunha é questão para durar uma década

Pedro Sánchez quer juntar Portugal a Espanha, França e Alemanha no eixo de países europeístas

Anabela Campos

Jornalista

O socialista Pedro Sánchez, que chegou ao poder após uma inesperada moção de censura que deitou abaixo o governo de Mariano Rajoy, assume-se como um europeísta, numa longa entrevista dada ao El País e publicada este domingo. Questionado pelos jornalistas sobre a sua aproximação a Macron e ao eixo Paris-Berlim, Pedro Sánchez admite que gostaria de incorporar Portugal no conjunto de países pró-Europa.

"Queremos que haja uma frente europeísta, que reduza a eurofobia. Queremos que se reforce esse eixo Madrid-Paris-Berlim. Se analisarmos numa perspetiva histórica, França, Alemanha e Espanha sempre estiveram de mão dada e foram bem na União Europeia. Gostava muito de incorporar também Lisboa. Creio que essa perspetiva ibérica nos ficaria muito bem, além disso seria com um governo socialista amigo, como o de António Costa."

Pedro Sánchez, até agora líder do Partido Socialista espanhol (PSOE), visita Portugal no próximo dia 2 de julho e vai reunir-se com António Costa.

Pedro Sánchez tem como um dos temas no topo da sua agenda a Catalunha e assegura na entrevista ao "El País" que o tempo em que o governo de Madrid "agravava os problemas com a região acabaram". Há mais um conjunto de questões que o preocupam, como por exemplo a exploração laboral ou a pobreza infantil, para a qual está a preparar um plano de choque.

Na entrevista ao "El País" conta que quer retirar os restos mortais do ditador Franco dos Valles do Caídos, aprovar a eutanásia e fazer mudanças parciais na lei de trabalho.

Outro dos temas que Sánchez tem como prioridade reforçar o papel de Espanha na União Europeia. Aliás, defende, tal como o presidente francês, Emmanuel Macron - de quem se aproximou por causa do regaste dos refugiados que viajavam no Aquarius e foram rejeitados por Itália -, um projeto de reforma do euro mais ambicioso que o do anterior governo e uma maior integração das políticas de imigração.

Regressando ao tema da Catalunha e à questão da sua independência, Pedro Sánchez desdramatiza. "Temos de ir passo a passo, reconstruir a confiança e a lealdade quebrada durante anos de conflito entre a Generalitat e o governo de Espanha."

O novo presidente espanhol quer mais diálogo com os líderes da Generalitat. "É essa vontade que vou manifestar quando me reunir com [Quim] Torra [presidente da Catalunha] no próximo dia 9 de julho. (...) A minha vontade é normalizar as relações institucionais." Sánchez sublinha que espera que não se volte à unilateralidade. "A crise da Catalunha não se vai resolver num ano nem em dois, nem em cinco ou seis. Vamos estar perante uma crise que vai necessitar de generosidade e esforço de todas as partes durante a próxima década."

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