A filha do ex-espião russo envenenado em março em Salisbury, no Reino Unido, disse esta quarta-feira que tem “sorte por estar viva” e que espera voltar para a Rússia. Sergei Skripal, 66 anos, e a filha Yulia, 33 anos, ambos envenenados com um agente nervoso conhecido como novichok, foram encontrados inconscientes num banco de jardim e foram hospitalizados em estado crítico. Yulia foi a primeira a recuperar e teve alta há um mês e meio, enquanto o pai só teve alta na semana passada.
No seu primeiro depoimento filmado desde o ataque, Yulia disse à agência de notícias Reuters que a sua vida foi “virada do avesso”. “Depois de 20 dias em coma, acordei para saber que tínhamos sido envenenados. Ainda acho difícil encarar o facto de ambos termos sido atacados desta maneira”, confessou, acrescentando que ela e o pai têm “muita sorte por terem sobrevivido a esta tentativa de assassínio”.
Yulia agradeceu à embaixada russa pela oferta de apoio, mas disse que ela e o pai “não estavam prontos para aceitar”. O seu foco principal será a recuperação, pedindo que a sua privacidade e a privacidade do pai sejam respeitadas.
O Reino Unido, que responsabiliza a Rússia pelo ataque, anunciou uma série de sanções, incluindo a expulsão de 23 diplomatas russos, numa ofensiva diplomática seguida por outros países ocidentais. A Rússia, que nega qualquer envolvimento, retaliou ordenando a expulsão de Moscovo de igual número de diplomatas.
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