Internacional

Supremo Tribunal indiano vai rever lei que pune a homossexualidade no país

Supremo Tribunal indiano vai rever lei que pune a homossexualidade no país
SAJJAD HUSSAIN/GETTY IMAGES

Revisão da lei que pune atos homossexuais com penas de prisão até dez anos foi anunciada na sequência de uma petição assinada por membros da comunidade LGBT da Índia

Supremo Tribunal indiano vai rever lei que pune a homossexualidade no país

Helena Bento

Jornalista

O Supremo Tribunal da Índia anunciou esta segunda-feira que irá rever uma lei da era colonial britânica que pune atos homossexuais com penas até 10 anos de prisão.

De acordo com o tribunal, um grupo maior de juízes irá reconsiderar a lei que proíbe “relações sexuais que vão contra as leis da natureza”. “O que é natural para um pode não ser natural para os outros”, afirmaram os juízes, citados pela agência Reuters.

A decisão foi anunciada na sequência de uma petição apresentada por cinco membros da comunidade LGBT da Índia que alegaram viver num “medo constante” da polícia dada a sua orientação sexual. Citada pela mesma agência de notícias, um das advogadas dos peticionários, Anand Grover disse ter recebido com “grande alívio” a medida anunciada pelo tribunal.

Em 2009, um tribunal superior de Nova Deli, capital da Índia, declarou inconstitucional a secção 377 da lei que diz que a relação sexual entre pessoas do mesmo sexo é contra a ordem da natureza.

No entanto, a decisão foi anulada quatro anos depois pelo Supremo Tribunal com a justificação de que qualquer alteração ou revogação da lei deve ser feita pelo Parlamento e não pelo sistema judiciário. Várias petições assinadas posteriormente para rever esta situação não surtiram qualquer efeito junto do Supremo Tribunal. O Parlamento, por sua vez, ainda não debateu ou votou o assunto.

Arvind Datar, outro advogado dos peticionários, afirmou que esta disposição penal é “inconstitucional” porque prevê a acusação e condenação de relações consentidas entre adultos. A mesma posição foi agora assumida pelo Supremo Tribunal, segundo o qual “as leis não devem pisar ou restringir o direito inerente à liberdade concedida aos indivíduos pela Constituição indiana”.

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