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Milhares nas ruas em dia de greve geral na Catalunha

Milhares nas ruas em dia de greve geral na Catalunha
ALEJANDRO GARCIA/EPA

A paralisação foi convocado pelas associações cívicas pró-independência e vários sindicatos minoritários, em protesto contra a violência policial de domingo, dia de referendo

Milhares nas ruas em dia de greve geral na Catalunha

Mafalda Ganhão

Jornalista

Dois dias depois do referendo na Catalunha, o centro de Barcelona volta a ser cenário para os protestos da população, desta vez indignada com a violência policial “desproporcionada” que considera ter sido usada no último domingo contra os cidadãos que quiseram votar.

Ao início desta manhã, centenas de jovens estudantes e grupos de trabalhadores catalães concentravam-se já nas ruas, em resposta à greve geral convocada, como forma de protesto, pelas associações cívicas pró-independência e vários sindicatos minoritários. A paralisação provocou cortes e alterações de circulação em 46 estradas, reduziu os transportes a serviços mínimos, estando também fechados muitos estabelecimentos comerciais. Dezenas de manifestações estão previstas ao longo do dia.

Diferente é a posição dos dois sindicatos maioritários – a UGT e o CCOO – que se demarcaram desta greve geral. Num comunicado conjunto, sublinham que continuam a previligiar “a negociação política e institucional para ultrapassar o conflito político” que existe na Catalunha, razão porque apelam ao governo regional para não avançar “com mais nenhuma medida unilateral, em particular a declaração de independência”.

Com o número de cidadãos nas ruas a aumentar a cada minuto, vários acessos do centro estavam também a ser barrados ao tráfico por agentes da segurança, com receio de que houvesse tensão junto às esquadras da polícia e sedes de partidos nacionais, principalmente o Partido Popular que sustenta, em Madrid, o Governo de Mariano Rajoy.

Particularmente sensível é a situação que envolve a permanência de agentes da polícia nacional espanhola em Barcelona. Centenas de pessoas mantêm-se desde segunda-feira à noite frente a dois hotéis da cidade, exigindo que se vão embora os agentes enviados para impedir o referendo de domingo, um apelo que é secundado pelo governo regional. Mariano Rajoy ordenou que permaneçam.

Em Madrid, o Ministério do Interior convocou uma reunião de emergência, para analisar a situação e ponderar novas medidas. Em cima da mesa, escreve o “El Mundo”, estão “todas” as que o Governo entenda possíveis para defender a legalidade e manter o compromisso com as ordens judiciais.

A violência policial de domingo fez 893 feridos mas, apesar da repressão, 42% dos 5,3 milhões de eleitores conseguiram votar, e 90% deles a favor da independência, segundo o governo regional da Catalunha (Generalitat).

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