Bruxelas adota uma posição menos silenciosa em relação ao problema mas não se oferece como mediadora do conflito entre o Governo de Madrid e ao Governo regional da Catalunha. "Este é um assunto interno de Espanha", disse esta manhã aos jornalistas um porta-voz da Comissão Europeia. Margaritis Schinas recorda que a questão tem de ser resolvida de acordo com a "ordem constitucional espanhola".
Ao mesmo tempo deixa um apelo aos dois lados do confronto "para que avancem rapidamente da confrontação para o diálogo". Já os recados também são claros.
Aos que promoveram o referendo pela independência da Catalunha, o executivo de Jean-Claude Juncker volta a deixar claro que não reconhece o valor legar do referendo.
"De acordo com a Constituição espanhola, o voto de ontem na Catalunha não foi legal", adiantou Schinas que deixa também um aviso. Caso a ida às urnas tivesse sido constitucional, uma vitória do "sim" "significaria que o território que parte encontrar-se-ia fora da União Europeia".
"A Comissão acredita que estes devem ser tempos de união e estabilidade e não de divisão e fragmentação", diz ainda Bruxelas que envia também recados ao Presidente do Governo espanhol:
"A violência nunca pode ser um instrumento em política. Confiamos na liderança do primeiro-ministro Mariano Rajoy para gerir este processo difícil no total respeito da Constituição espanhola e dos direitos fundamentais".
Bruxelas confirma ainda que o Presidente da Comissão Europeia esteve em contacto com o Governo de Madrid durante o fim de semana e que para esta tarde está previsto um telefonema entre Jean-Claude Juncker e Rajoy.
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