Internacional

Barcelona: manifestantes feridos em confrontos com a polícia, Rajoy garante “resposta firme”

Barcelona: manifestantes feridos em confrontos com a polícia, Rajoy garante “resposta firme”
JON NAZCA/REUTERS

Confrontos entre manifestantes e as autoridades policiais causaram vários feridos esta madrugada em Barcelona. Chefe do governo espanhol apela ao fim da “escalada da radicalidade” e promete “resposta firme e adequada” a 10 dias do referendo independentista

Barcelona: manifestantes feridos em confrontos com a polícia, Rajoy garante “resposta firme”

Liliana Coelho

Jornalista

Depois de uma quarta-feira de tensão nas ruas de Barcelona – com milhares de catalães a manifestarem-se a favor do referendo e contra a detenção, durante a manhã, de 14 membros do governo autónomo – era de prever a escalada da violência durante a última noite e madrugada. Foram inúmeras as pessoas que continuaram pela noite fora o protesto, com o epicentro junto ao edifício do Ministério da Economia catalão, acompanhado por bandeiras e gritos a favor da independência.

A meio da noite, os ânimos exaltaram-se e vários manifestantes vandalizaram viaturas da polícia da Guarda Civil e entraram em confronto com as autoridades, que responderam com cargas policiais causando alguns feridos. Já ao início da manhã desta quinta-feira, elementos da Guarda Civil espanhola, que se encontravam no interior do Ministério da Economia em Barcelona, tiveram que ser escoltados à saída pelos Mossos d'Esquadra (polícia catalã).

O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy apelou esta manhã ao fim da “escalada da radicalidade” e prometeu uma “resposta firme e adequada” a 10 dias do referendo independentista, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional. “Este referendo não pode acontecer. Nunca foi legal, nem legítimo. Agora, não passa de uma quimera impossível. Parem, por favor, com esta radicalidade. Estão a tempo de evitar males maiores”, afirmou o governante, citado pelo “El País”.

Rajoy voltou a apelar ao diálogo e ao respeito pela democracia e devolveu as acusações de “totalitarismo” ao presidente do governo autónomo de Barcelona, Carles Puigdemont, que na véspera afirmou que o primeiro-ministro tinha uma “atitude antidemocrática e totalitária” e que ultrapassou “todas as linhas vermelhas.”

Já o vice-presidente do governo catalão, Oriol Junqueras, reiterou esta manhã as críticas à repressão do governo central, após a sua detenção e de outros elementos do executivo da Catalunha. Em entrevista à TV3, o responsável admitiu que ontem foram alteradas as condições da consulta popular, mas apelou à serenidade dos catalães e defendeu que “só o povo poderá salvar o povo”, estando ao lado das instituições regionais. “Não nos roubaram a alegria de fazer o melhor para a gente deste país. Já conseguimos coisas que outrora nos disseram ser impossíveis”, concluiu.

De acordo com o “El Mundo”, o Governo espanhol já tem preparado um plano de segurança para a Catalunha, que prevê mais 3 mil polícias na região até 1 de outubro.

Para além da detenção de 14 membros do governo catalão, foram confiscados na quarta-feira cerca de 10 milhões boletins de voto que seriam utilizados no referendo do próximo dia 1 de outubro. O Governo espanhol está a atuar em todas as frentes com vista a inviabilizar o referendo na Catalunha, com Mariano Rajoy a invocar a Constituição e a sublinhar que a lei é para ser cumprida.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate