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Maria: “espera-se o pior” em Porto Rico e nas Ilhas Virgens Britânicas

Maria: “espera-se o pior” em Porto Rico e nas Ilhas Virgens Britânicas
LIONEL CHAMOISEAU/GETTY IMAGES

Foram ainda emitidos avisos para Guadalupe, Montserrat e Ilhas Virgens Americanas

Maria: “espera-se o pior” em Porto Rico e nas Ilhas Virgens Britânicas

Helena Bento

Jornalista

Depois de ter passado, esta terça-feira de manhã, pela ilha francesa de Dominica, nas Antilhas Menores, o furacão Maria aproxima-se agora da Federação de São Cristóvão e Nevis, no Mar das Caraíbas, onde os habitantes foram aconselhados a permanecer em casa até a tempestade acalmar.

O furacão mantém-se na categoria 5, a máxima na escala Saffir-Simpson, com ventos até 260 quilómetros por hora, informou esta terça-feira de tarde o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla no original), acrescentando que os ventos estendem-se até cerca de 55 quilómetros do olho do furacão. São esperadas algumas “flutuações” no que diz respeito à sua “intensidade” nos “próximos dois dias”. Apesar disso, o Maria “deverá manter-se nas categorias 4 ou 5, que são extremamente perigosas, até chegar às Ilhas Virgens Britânicas e a Porto Rico”, acrescenta o NHC, num comunicado citado pelo britânico “The Guardian”.

Imposto recolher obrigatório nas Ilhas Virgens Britânicas

É esperada, entretanto, a chegada do furacão à Federação de São Cristóvão e Nevis (Saint Kitts and Nevis), localizada no Mar das Caraíbas e composta pelas ilhas de São Cristóvão e Nevis. O primeiro-ministro da federação, Timothy Harris, já alertou os residentes para permanecerem em casa até a tempestade passar. É igualmente expectável a sua passagem, nas próximas horas, nas Ilhas Virgens Britânicas, cuja população ainda tem bem vivas as imagens da destruição causada pelo furacão mais forte de sempre no Atlântico, o Irma, que destruiu pelo menos 80% das estruturas do arquipélago e obrigou ao encerramento de escolas e negócios relacionados com o turismo. O governador Gus Jaspert informou que os destroços deixados pelo Irma foram, aliás, removidos recentemente para evitar que se transformassem “em mísseis a voar de encontro aos edifícios” quando chegasse o furacão Maria. “As nossas ilhas encontram-se, neste momento, extremamente vulneráveis”, disse, por sua vez, o primeiro-ministro, Orlando Smith. Foi já imposto o recolher obrigatório no arquipélago. “Esperamos o pior”, garantiu Benito Wheatley, representante do Reino Unido da União Europeia para as Ilhas Virgens Britânicas.

Também em Porto Rico, a população prepara-se para aquele que poderá transformar-se no furacão mais forte a atingir a ilha no último século. O governador, Ricardo Rosselló, declarou o estado de emergência e aconselhou todos aqueles que vivem em “zonas facilmente inundáveis ou em casas feitas de madeira e vulneráveis” a encontrarem um lugar seguro entre os 500 abrigos que foram disponibilizados. “Desde o San Felipe II [nome por que é comummente designado o furacão que, em 1928, matou mais de quatro mil pessoas em Porto Rico, Bahamas e Florida] que não se via nada assim. Tudo indica que isto será devastador e catastrófico”, disse Rosselló à CNN. Foram ainda emitidos avisos para Guadalupe (onde foi ordenada a evacuação de zonas consideradas em risco), Montserrat e Ilhas Virgens Americanas.

Primeiro-ministro de Dominica lança apelo no Facebook

O Maria chegou a descer para a categoria 4, mas na noite de segunda-feira voltou a atingir a intensidade máxima, numa escala de 5. Esta terça-feira de manhã, o olho do furacão tocou na ilha francesa de Dominica, nas Antilhas Menores. Segundo o primeiro-ministro daquela ilha nas Caraíbas, de nome Roosevel Skerrit, os habitantes “perderam tudo o que o dinheiro pode comprar” após a passagem da forte tempestade.

O ministro, assim como muitos habitantes, teve de ser retirado pelas equipas de emergência de sua casa, depois de esta ter ficado inundada. Na sua página de Facebook, Roosevel Skerrit descreveu sumariamente os estragos causados pelo furacão e lançou um apelo a “todo o tipo de ajuda”. “Os ventos arrancaram os telhados [das habitações] de quase todas as pessoas com quem falei ou estive em contacto”. Fontes ouvidas pelo “Guardian” disseram ainda que o hospital Princess Margaret, situado em Roseau, capital da ilha, também foi atingido e que foram interrompidas as transmissões das estações de rádio locais devido à tempestade.

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