Tribunal indiano condena guru religioso a 10 anos de prisão por violação de duas seguidoras
MONEY SHARMA
Mal se soube que Gurmeet Ram Rahim iria ser condenado, os seguidores do seu culto iniciaram protestos violentos que já causaram a morte de 38 pessoas e ferimentos noutras 250.
Um tribunal indiano condenou esta segunda-feira o guru Gurmeet Ram Rahim a 10 anos de prisão pela violação de duas seguidoras, dias depois de apoiantes seus revoltados com a condenação terem desencadeado distúrbios que fizeram 38 mortos. Os crimes de Singh, de 50 anos, foram cometidos em 2002.
Os media indianos relatam que momentos antes da leitura da sentença, os apoiantes do guru atearam chamas a um veículo como forma de protesto contra a prisão do líder que se autodenomina de "homem Deus", O guru apresenta-se como Dr. Santo Gurmeet Singh Ram Rahim Ji Insan e dirige a seita Sera Sacha Sauda (Lugar da Verdade Real, em hindu), que afirma contar com 50 milhões de seguidores no país.
Gurmeet Ram Rahim (à esquerda) autodenomina-se de "homem Deus"
STR / AFP / Getty Images
Ao contrário do normal, não foi Singh quem se deslocou ao tribunal para ouvir sentença mas sim o juiz quem se deslocou à prisão da cidade de Rohtak, no estado de Haryana, norte da Índia, onde Singh está detido, por entre fortes medidas de segurança, desde que o tribunal o pronunciou culpado, na última sexta-feira.
Mal se soube que iria ser condenado, os seguidores do culto de Singh iniciaram protestos violentos que já causaram a morte de 38 pessoas e ferimentos noutras 250. Edifícios governamentais foram incendiados e foram também realizados ataques à polícia e a jornalistas.
Narendra Modi, primeiro-ministro indiano, já veio a público dizer que "violência não e tolerável no país, sob qualquer forma", salientando que "aqueles que fazem justiça com as próprias mãos não serão poupados".
Após os distúrbios, as autoridades decretaram o recolher obrigatório em Rohtak e suspenderam as todas as ligações de autocarro e comboio para impedir a chegada de mais apoiantes.