Internacional

Estado da Florida usou novo anestésico na execução de condenado por crimes racistas

No exterior da prisão onde Mark Asay foi executado, várias pessoas juntaram-se numa manifestação contra a pena capital – não só na Florida mas noutros estados onde ainda é aplicada
No exterior da prisão onde Mark Asay foi executado, várias pessoas juntaram-se numa manifestação contra a pena capital – não só na Florida mas noutros estados onde ainda é aplicada
PHIL SEARS / Reuters

O condenado, Mark Asay, 53 anos, foi o primeiro homem branco executado na Florida pelo homicídio de um homem negro

O estado norte-americano da Florida (leste) executou esta quinta-feira um condenado com um anestésico nunca antes utilizado numa injeção letal nos Estados Unidos, noticia esta sexta-feira a agência Associated Press.

O condenado, Mark Asay, 53 anos, foi o primeiro homem branco executado na Florida pelo homicídio de um homem negro, de 34 anos. Além deste, Asay tirou ainda a vida a um hispânico de 26 anos, ao qual pagou julgando tratar-se de uma prostituta. Ao aperceber-se de que tinha diante de si um homem e não uma mulher, Asay disparou sobre ele e matou-o. Ambos os crimes foram cometidos em 1987.

O óbito foi pronunciado às 18h22 locais (23h22 em Lisboa) desta quinta-feira na prisão estadual de Starke. Asay foi executado com um 'cocktail' de três drogas, cuja administração foi antecedida da inoculação do anestésico etomidato.

Embora o uso deste anestésico tenha sido aprovado pelo Supremo Tribunal da Florida, o uso de etomidato tem sido criticado por a sua eficácia numa execução não estar cientificamente demonstrada.

O etomidato foi usado em substituição do midazolam, que se tornou difícil de adquirir depois de muitos laboratórios se recusarem a vendê-lo para execuções judiciais.

O midazolam é um potente sedativo cirúrgico usado para deixar o condenado inconsciente e anestesiado antes de lhe serem administradas as drogas que suspendem a respiração e o batimento cardíaco.

A eficácia do midazolam para esta utilização foi posta em causa nos últimos anos depois de execuções – no Alabama, Arizona, Ohio e Oklahoma – em que esta droga foi usada se terem complicado e prolongado demasiadamente, com sofrimento visível dos executados.

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