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Polícia Federal conclui que há provas de Temer ter praticado “corrupção passiva”

Polícia Federal conclui que há provas de Temer ter praticado “corrupção passiva”
UESLEI MARCELINO/REUTERS

Relatório entregue ao Supremo Tribunal do Brasil refere indícios sólidos de que o Presidente recebeu subornos, e aponta o dedo ao ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures, que terá agido como intermediário

Polícia Federal conclui que há provas de Temer ter praticado “corrupção passiva”

Mafalda Ganhão

Jornalista

A Polícia Federal brasileira diz ter encontrado provas da prática de corrupção por Michel Temer, o que aumenta a pressão sobre o Presidente do país, cada vez mais em risco de ter o mandato suspenso, apesar de Temer continuar a negar ter recebido subornos e insistir que não se demitirá.

Segundo o relatório preliminar sobre a investigação em curso - que considera as declarações do empresário Joesley Batista e também a gravação de conversas entre este e o Presidente - são sólidos os índicios da prática de corrupção passiva por Michel Temer, o que permitiu concluir que este aceitou “vantagens indevidas”.

Como intermediário, o relatório entregue na segunda-feira ao Supremo Tribunal aponta o dedo ao ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures, suspeito de exercer influência sobre o preço do gás fornecido pela Petrobrás à termoelétrica EPE. O valor do suborno em causa, supostamente entregue a Temer, corresponderia a 5% do lucro que o grupo teria com a operação.

A Polícia Federal pediu ainda mais cinco dias para concluir a investigação no que se refere às acusações contra Temer e o seu ex-assessor por organização criminosa e obstrução à Justiça. O alargamento do prazo é justificado pela necessidade de apurar se as gravações áudio na origem dessas acusações foram ou não editadas

Já esta terça-feira, a Justiça brasileira rejeitou o pedido de abertura de um processo contra Joesley Batista. Michel Temer pretendia que o empresário fosse condenado pelos crimes de calúnia, difamação e injúria. Em causa estão as declarações de Batista, que numa entrevista acusou o Presidente de ser “o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil”.

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