O problema não é de agora, mas preocupa cada vez mais as autoridades competentes mexicanas. O excesso de peso entre crianças e adultos, particularmente na Cidade do México, abrange uma percentagem cada vez maior da população, sem que as medidas tomadas pelo Governo para o combater pareçam estar a dar resultados.
Porque estão as pessoas a engordar? A pergunta não tem uma resposta fácil, ainda que a falta de atividade física esteja definitivamente incluída na lista das causas.
Os números justificam a preocupação. Se no ano de 2000 a percentagem de adultos obesos na capital era de 16%, em 2006 a taxa subiu para 19%, chegando a 26% em 2012. Verificou-se nessa altura que o problema afetava um pouco mais as mulheres - 28% contra 24% entre os homens - a isto se juntando uma alarmante margem de 35% de crianças, entre os 5 e os 11 anos, com excesso de peso ou obesas.
Aplicando o mesmo critério aos adultos - excesso de peso e obesidade - uma estatística nacional de saúde, também de 2012, mostrava que o total da população afetada se alargava a 56%. Qiualquer coisa como 12 milhões de pessoas.
O Governo tomou então medidas, criando em 2013 um imposto para taxar os alimentos e bebidas com níveis mais altos de açúcar e de gordura. O país tornou-se um possível exemplo para o mundo e a ideia provou ser eficaz para engordar os cofres do Estado, mas bastante menos eficente a emagrecer os seus cidadãos.
Será preciso ir mais à raíz do problema, arriscam os especialistas, considerando o peso cultural que a alimentação tem no México e fatores mais característicos dos meios urbano como muitos dos que se descobrem na capital. A amamentação em exclusivo, por exemplo, apenas abrangia 9% dos recém-nascidos, em 2012.
A promoção de um estilo de vida mais saudável é, por todos estes motivos, um dos desafios assumidos pelo Governo. Numa cidade onde a população tem medo de sair à rua e pouco tempo para atividades de lazer, onde os espaços verdes são poucos e estão com frequência fechados, e o trânsito dificulta opções mais desejáveis como andar de bicicleta ou a pé, não é fácil inverter velhos hábitos. Mas a fatura, se tudo continuar na mesma, ameaça ser (literalmente) muito pesada.
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