É mais uma prova de fogo para Alexis Tsipras. O Parlamento grego debate e vota esta quarta-feira um segundo pacote de reformas, cuja aprovação é vital para o início das negociações com vista a um terceiro resgate.
Trata-se de um novo teste para o executivo helénico, após 32 deputados do Syriza terem votado no Parlamento, há uma semana, contra o acordo com os credores, além de outros seis terem optado pela abstenção. Foi a falta de consenso dentro do partido que forçou Alexis Tsipras a levar a cabo uma remodelação governamental.
Esta manhã, os deputados gregos deverão analisar a proposta de lei em quatro comissões, que seguirá depois para plenário. O segundo pacote de reformas só será votado no final da noite, devendo ser aprovado com os votos da oposição.
Entre as medidas incluídas encontra-se a aplicação de diretivas comunitárias a nível do sistema bancário, que preveem a garantia dos depósitos até aos 100 mil euros, a necessidade dos acionistas e credores assumirem os prejuízos antes de uma instituição solicitar ajuda, e uma reforma do Código Civil que visa acelerar os processos judiciais.
Esta terça-feira, Alexis Tsipras apelou aos membros do seu partido para votarem hoje a favor do segundo conjunto de reformas, defendendo que os gregos “depositaram as suas esperanças” no facto de o país ficar no euro.
"Até hoje vi reações, li declarações históricas, mas não ouvi qualquer alternativa. O Syriza, enquanto partido, tem de refletir a sociedade. Temos que atender às preocupações e as expectativas de milhares de pessoas que depositaram em nós a sua esperança”, declarou o primeiro-ministro grego, citado pela Reuters.
Também o ministro das Finanças Euclid Tsakalotos afirmou que é “extremamente importante”, que o segundo pacote de reformas seja aprovado para se iniciarem as negociações com os credores.
Logo após o desembolso do financiamento-ponte esta segunda-feira, a Grécia pagou no mesmo dia os empréstimos em atraso ao FMI e ao BCE, cumprindo as suas obrigações financeiras.
O governo grego diz esperar a conclusão do acordo com os credores para o terceiro resgate até ao próximo dia 20 de agosto.
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