Poupança reforma

Vamos poupar ou gastar mais nos próximos anos?

Dedicado ao tema “Trabalhar mais, poupar mais ou abrir as portas”, o debate desta manhã contou com a presença do economista Augusto Mateus, do cronista e escritor, Henrique Raposo, e de Luís Alvarenga, gestor do BPI Gestão de Ativos/JOSÉ FERNANDES
Dedicado ao tema “Trabalhar mais, poupar mais ou abrir as portas”, o debate desta manhã contou com a presença do economista Augusto Mateus, do cronista e escritor, Henrique Raposo, e de Luís Alvarenga, gestor do BPI Gestão de Ativos/JOSÉ FERNANDES

A pandemia gerou uma poupança extraordinária. Economistas dizem que, em vez do consumo, esta folga financeira deveria ser aplicada em produtos ligados ao aforro. Será assim que se poderá compensar a crise demográfica que ameaça as pensões nas próximas décadas. Outras soluções passam por aumentar a produtividade e atrair mão de obra imigrante. Estes foram os temas em discussão durante a última webtalk do Expresso em parceria com o BPI, sobre a poupança e a reforma em Portugal

A crise demográfica e o envelhecimento da população são fortes obstáculos ao crescimento económico e à poupança. Precisamos trabalhar melhor, poupar mais e abrir as portas à imigração. Estas foram algumas das ideias debatidas na webtalk – inserida num projeto do Expresso em parceria com o BPI, sobre a poupança e a reforma em Portugal – desta manhã, dia 2 de março, num debate que contou com o ex-ministro, Augusto Mateus, o cronista e escritor, Henrique Raposo, e Luís Alvarenga, gestor do BPI Gestão de Ativos. Estas foram as principais conclusões:

Demografia

Estamos a perder população: nos próximos 50 anos, o número vai cair dos atuais 10,3 milhões para 8,2 milhões de pessoas. “As economias, perante o inverno demográfico, crescem pouco. Precisamos de articular Portugal com a Europa e o mundo. Temos de conquistar dinamismo demográfico”, disse Augusto Mateus. Para tal, “eventualmente com a ajuda da imigração”, será necessário resolver o problema das pessoas que querem trabalhar e não conseguem, e das empresas que procuram contratar mão de obra sem sucesso, concluiu o ex-ministro.

“Para termos dinamismo demográfico, eventualmente teremos de ter mais imigração. Mas, para além da imigração, precisamos de mais eficiência e melhor produtividade”

Augusto Mateus, economista e ex-ministro

Imigração

É uma ideia consensual: a imigração pode ser um fator decisivo no crescimento económico do país. “Trata-se de uma questão fundamental como valor político e moral, e de interesse económico”, disse Henrique Raposo. “Sermos uma sociedade que recebe os outros é fundamental, quer em termos económicos como demográficos. Mas para isso precisamos de lhes dar um modo de vida.”

Empresas

Se a imigração pode funcionar como uma alavanca para o crescimento económico e melhoria do problema demográfico, será necessária uma forte articulação entre o mercado de trabalho e as pessoas que querem entrar. Ou seja: abrir as portas e encaminhar os novos trabalhadores para zonas onde o seu perfil seja mais necessário. “Um soldador é mais preciso em regiões como Aveiro ou Braga do que no sul do País”, disse Henrique Raposo. “Cerca de 60% do trabalho em Portugal faz parte das atividades com salários mais baixos na Europa”, acrescentou Augusto Mateus.

Produtividade

Portugal está na cauda da Europa no que respeita à produtividade, sendo um dos seis Estados-membros que gera menos riqueza por cada hora trabalhada. Será que precisamos de trabalhar mais? Augusto Mateus coloca a questão de outra forma: não se trata de trabalhar mais, mas melhor, não é abrir portas [à imigração], é convidar. “Abrir as portas sem convidar é totalmente diferente”, disse o ex-ministro.

771

  • mil é o número de cidadãos estrangeiros em Portugal, quase o dobro de 2015. Mais de 109 mil obtiveram autorização de residência em 2021

Poupança

Durante a pandemia houve um crescimento exponencial da poupança em Portugal, em virtude do fecho da economia e da impossibilidade de consumo. Acumulámos €20 mil milhões, enquanto na Alemanha o número atingiu os €750 mil milhões. Tais valores serão provavelmente destinados ao consumo, embora os economistas aconselhem a sua aplicação em produtos financeiros associados à poupança. Exemplo: os fundos imobiliários de reabilitação urbana.

Veja (ou reveja) o debate AQUI

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