Elisa Bertolotti, Funchal (Madeira)
Viajou de Milão para a Madeira em 2016 para dar aulas na Universidade como professora de design e agora está também a dinamizar um esforço coletivo parar criar uma horta comunitária: “Queríamos tentar pôr em prática algo sobre circulariade” e que juntasse as valências de “arte, design e ecologia”. Foi assim que surgiu o Mãos na Terra, que se assume como um projeto socioeducativo que envolve os moradores locais com os alunos e professores da universidade no cultivo e administração de uma horta compartilhada e de convívio. O objetivo passa também por abrir o espaço público do campus à vizinhança como meio de partilhar conhecimentos e experiências e agilizar a ligação entre o campus e o tecido urbano envolvente. “Queremos estimular a conversa social sobre economia” e contribuir para a preservação de “plantas endémicas” e por isso todos se reúnem regularmente na Quinta de São Roque da Universidade da Madeira para literalmente colocar as mãos na terra e trabalhar ideias como uma pilha de compostagem ou perceber o que constitui um jardim saudável. “Ninguém pensa em soluções sem ter um problema” e com este trabalho coletivo, todos esperam “fazer a paz com a vegetação”.
José António, Câmara de Lobos (Madeira)
O Teatro Metaphora – Associação de Amigos das Artes em Câmara de Lobos desenvolve atividades culturais, educacionais e ambientais em benefício do desenvolvimento da comunidade que vão desde a promoção e participação em atividades culturais de diversas áreas artísticas, organização de projetos nacionais e internacionais de intercâmbio ou desenvolvimento de workshops ligados a áreas como sustentabilidade ambiental ou património natural. Tudo como resultado da ação inicial de José António, que fundou a organização em 2009 quando era “polícia”. Agora está “de licença” e procura “utilizar o tempo de forma saudável” para que o grupo de teatro que entretanto apresenta inúmeras atividades continue a “chamar as pessoas” e contribuir para a “justiça social”. Ás vezes é preciso “um abanão”, justifica, e “sair da zona de conforto” é algo que a associação procura proporcionar à comunidade, seja pelo contacto com alunos estrangeiros, viagens a outros locais, ou instalações de arte com recurso a materiais habitualmente descartados. Os resultados estão à vista “mas é muito complicado” atuar numa zona que continua a sofrer de problemas sociais de vária ordem. Sem “recursos financeiros” assinaláveis, dependem do “voluntariado” e cada jornada é uma luta: “Os dias são duros, temos muito trabalho” mas nada pode parar porque "as coisas têm que ser bem feitas".
Diogo Caetano, Ilha de São Miguel (Açores)
“O nosso objetivo passa pela preservação da natureza, por zelar pelas áreas protegidas e pela promoção das boas práticas ambientais”, sempre com alcance regional. É assim que o presidente Diogo Caetano descreve a Associação Ecológica Amigos dos Açores, que após a sua fundação em 1984 conta com perto de “600 sócios ativos”. Com uma missão bem definida, realizam várias “atividades consolidadas”, como é o caso de um “passeio pedestre mensal organizado” para sócios e não sócios na ilha de São Miguel e uma “deslocação em visita de estudo” a uma ilha açoriana diferente por ano. A associação é também responsável por gerir as visitas “de uma gruta em Ponta Delgada” que, em virtude da intervenção da associação, são “sem qualquer custo para os locais ou para escolas”. Tudo para “assegurar que os locais possam conhecer melhor o património natural” que é a sua casa.
António Maria Gonçalves, Ilha das Flores (Açores)
A Casa do Povo de Lajes das Flores teve “um papel fundamental na dinâmica social, recreativa e cultural duma população distante de tudo, marcada pelo isolamento e pelo afastamento geográfico e político, bem no extremo ocidental dos Açores”, garante o “agora secretário mas durante muitos anos presidente” e também dinamizador da coletividade, António Maria Gonçalves. De tão próxima do “continente americano os antigos tinham por hábito referir que da Fajã Grande se ouviam os galos cantar na América”, conta o responsável. Como elo de união da comunidade ao mundo, a Casa do Povo foi responsável por gerir “um cinema, a escola de música, a formação de grupos musicais, o Orfeão, o teatro, o futebol de salão, os bailes, as celebrações de efemérides” e muitas outras atividades que ao longo dos anos têm marcado a população. Atualmente é responsável por “um centro de atividades de tempos livres, uma creche e um centro de convívio para idosos”, no que António Maria Gonçalves considera uma “atitude contínua de envolvimento intergeracional”. Para o futuro, “a indústria do turismo com todas as suas vertentes é um sinal promissor de que nestes tempos modernos a instituição pode, quem sabe aproveitar, no desenvolvimento de atividades viradas para a animação, etnografia e divulgação histórica do seu passado” de uma terra “invadida por piratas e habitada por gente humilde mas culta e distinta”.
Jorge Pires, Ilha Terceira (Açores)
A Associação de apoio à Criança Da Ilha Terceira surgiu em 1992 como uma “resposta social vocacionada para o acolhimento de crianças e jovens em risco”. “Atualmente ”tem 10 acolhidos com idades entre os 12 e os 17 anos" revela o presidente Jorge Pires, que “em situação de emergência, perigo ou negligência foram retirados aos seus agregados familiares”. O grande objetivo passa por “capacitar e autonomizar com qualidade, educando crianças felizes e equiliabradas". Para tal, a casa de acolhimento “assume uma estrutura de vida semelhante à de uma estrutura familiar, com regras e rotinas”. No fundo trata-se de uma hipótese de dar as condições para que crianças em situação difícil na Ilha da Terceira tenham um local seguro onde possam ter o mais parecido possível com uma “vida familiar normal”.
O que é o Bairro Feliz
O projeto
O Bairro Feliz é um projeto do Pingo Doce projeto do Pingo Doce, do qual o Expresso é media partner, e que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida nos bairros. Para isso é lançado um desafio onde entidades locais públicas ou privadas (associações, IPSS, fundações, cooperativas) ou grupos de vizinhos até cinco pessoas inscrevem projetos “que promovam um impacto positivo” nos seus bairros.
As ideias
Enquadram-se em seis áreas: ambiente; apoio animal; apoio social e cidadania; cultura, património, turismo e lazer; educação; e saúde, bem-estar e desporto. Estas são analisadas por um painel de jurados que faz uma primeira seleção e depois levadas a votação popular nas lojas.
O prémio
Cada vencedor ganha até €1000 para desenvolver o seu projeto.
Os prazos
As candidaturas serão avaliadas de 5 de julho a 9 de outubro e votadas nas lojas de 10 de outubro a 25 de novembro, dia em que serão também anunciados os vencedores.
Saiba mais
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