Bairro Feliz

Escolas especializadas e bandas comunitárias são ingredientes para bairros mais felizes

Chaves é um dos locais que esta semana têm ideias para um Bairro Feliz
Chaves é um dos locais que esta semana têm ideias para um Bairro Feliz
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Na 3ª edição do projeto que junta o Expresso ao Pingo Doce vamos andar por todos os distritos do país a conhecer 50 ideias de 50 pessoas para mudar os seus bairros ou para melhorar a vida de todas as comunidades nas mais variadas áreas, porque da participação dos habitantes se faz um Bairro Feliz. Conheça cinco histórias a cada semana

Escolas especializadas e bandas comunitárias são ingredientes para bairros mais felizes

Tiago Oliveira

Jornalista

Nuno Fernandes, Bragança

Nuno Fernandes (à esquerda), após mais um voo na pista do Aeroclube de Bragança
D.R.

“Aquilo que pretendemos é criar o bichinho da aviação nos jovens da nossa região”, admite o presidente do Aeroclube de Bragança ao falar da sua ideia para um Bairro Feliz: uma escola não profissional de aviação. “Porque há quem comece isto forma lúdica mas acaba por descobrir uma saída profissional”, explica. Será uma maneira de “proporcionar às pessoas da região um projeto para que se possam certificar para pilotar aviões sem que tenham que se deslocar ao Porto”, por exemplo. O projeto pode “reforçar a oferta e fazer com que a comunidade se junte intervir na escola e em todos os projetos que temos” para que os esforços do aeroclube possam reverter a favor da comunidade. “O associativismo é isso mesmo”, acredita.

Manuel Correia, Mirandela (distrito de Bragança)

Mirandela é a sede do Agrupamento de Escuteiros de Mirandela – São Francisco de Assis, que tem Manuel Correia com responsável
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Para o chefe do Agrupamento de Escuteiros de Mirandela – São Francisco de Assis, o projeto comunitário que pretendem desenvolver passa por “uma colónia de férias para crianças mais desfavorecidas”. O objetivo “dar a estas crianças um ambiente diferente juntamente com os nosso escuteiros na perspetiva do aprender, fazendo”. Seria um acampamento em que os presentes “iriam integrar as patrulhas” típicas dos escuteiros até porque “há miúdos que não têm outra forma de viver a natureza” que não seja a partir deste “espírito de camaradagem e partilha”.

Pedro Baptista, Chaves (distrito de Vila Real)

A Banda Musical de Loivos deixa os seus cumprimentos
D.R.

“Um projeto musical para unir comunidades”, é assim que o líder da Banda Musical de Loivos descreve o projeto que levou “seis compositores jovens a seis freguesias [quatro em Chaves e duas em Vila Pouca de Aguiar]” para “falar e recolher, histórias, experiências e tradições orais e culturais” para fazer uma composição original em cada freguesia que será cantada por um “coro comunitário que andará à volta das 100 pessoas”. “O nosso objetivo é ensinar música e desenvolver o espírito comunitário” junto de pessoas que habitualmente não têm ligação à música e estão agora a aprender tudo de raiz. Por outro lado é também uma forma “de combater o isolamento” e preservar as “raízes culturais de Trás-os-Montes”. Os treinos decorrem para que o concerto conjunto decorra daqui a uns meses e, para o ano a ideia é repetir o projeto “com mais freguesias e novos compositores”: “Somos loucos, eu sei, mas vamos conseguir”, afiança Pedro Baptista.

Andreia Carvalho da Silva, Vila Real

Andreia Carvalho da Silva numa ação do Projeto Identidade
D.R.

Andreia Carvalho da Silva é uma das responsáveis pelo Projeto Identidade - que se assume desde a sua fundação em 2015, como o primeiro projeto de Vila Real a promover a igualdade de género e acolher e a trabalhar em prol da comunidade LGBTI+ com foco também no combate à desinformação e envolvimento da comunidade em temáticas de exclusão, desigualdade e violência - e tem como ideia para melhorar a vida comunitária uma “escola de formação para profissões habitualmente centradas em homens, como serralharia, por exemplo”. É “algo que gostávamos de experimentar”, confessa, de maneira a “ter cursos mais específicos em profissões nem sempre disponíveis” para comunidades marginalizadas “e onde muitas vezes as pessoas são tratadas com alguma condescendência”.

Adolfo Reis, Braga

A selfie do presidente da Associação de Moradores de Montélios e S. Frutuoso, Adolfo Reis
D.R.

“Queremos que Montelos seja uma referência no mundo do ilusionismo” conta o presidente da Associação de Moradores de Montélios e S. Frutuoso, Adolfo Reis, para explicar a ideia comunitária que levou o pequeno bairro a entrar no mundo internacional da magia. “Críamos o Festival internacional de llusionismo porque “queríamos que o bairro ficasse conhecido e houvessem mais ouvidos e olhos virados para nós”, sobretudo quando os “passeios públicos e iluminação” estão “tão degradados”. Foi uma tentativa de angariar mais financiamento e fazer com que os moradores também sejam mais ativos “para podermos falar sobre os nossos problemas” e fazer com que a voz do bairro “seja mais ouvida”. E o próximo passo? É a “criação de uma escola de magia”, mas por enquanto “está a ser muito difícil ter um professor para lá”. Seja como for, não há dúvidas: “É o nosso sonho”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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