“Os resíduos evitam-se” e é necessária uma maior sensibilização em torno da reciclagem

É preciso comunicar, sensibilizar e ensinar. Neste Dia Nacional da Sustentabilidade, estas foram as principais conclusões dos debates em torno da sustentabilidade nos resíduos e nas embalagens, que encerraram o evento do Expresso. Há ainda muito trabalho a ser feito da parte das empresas e das instituições, mas também do consumidor.

Foi depois de serem abordados os temas da energia e da construção que a atenção se virou para os resíduos e as embalagens – que tomam lugar central quando se pensa na sustentabilidade e num mundo mais verde. Segundo os participantes dos dois últimos painéis, o futuro terá de passar (entre muitas outras coisas) por uma maior sensibilização no que toca ao desperdício alimentar e pela simples reciclagem das embalagens nos seus devidos ecopontos (isto quando falamos do lado do consumidor).

Os debates, moderados pela jornalista Marta Atalaya, contaram com a presença de Ricardo Neto, presidente na Novo Verde e da ERP Portugal; Fernando Leite, administrador da Lipor; Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED; Paulo Simões, CFO da Worten; Anselmo Vilardebó, administrador-delegado da Seda Ibérica; Marta Amaro, gestora do departamento de impacto da McDonald’s Portugal; Luísa Magalhães, diretora-executiva da Smart Waste Portugal; e Manuel Delgado, plant general manager na Papeleira Coreboard.

Fique a conhecer as principais conclusões que encerraram este dia dedicado à sustentabilidade.

Os problemas de hoje

Em Portugal, há um excesso de resíduos e, em breve, haverá um esgotamento de capacidade nos aterros, alerta Ricardo Neto.
Anselmo Vilardebó acredita que “na realidade, a informação [sobre as embalagens] não é clara”, o que dificulta a sua correta reciclagem.

Educação e sensibilização

Há um consenso e é o de que são necessárias mais campanhas de sensibilização, bem como uma aposta mais forte na educação para a sustentabilidade nas escolas. “Ainda estamos muito pouco sensibilizados”, “costumamos juntar tudo e deitar fora”, disse Fernando Leite, mencionando como há pequenos atos que podem ajudar a evitar o aumento de resíduos, como recusar publicidade não endereçada.
Gonçalo Lobo Xavier mencionou a questão dos desperdícios alimentares, dos quais quase metade são produzidos por famílias. “Os resíduos evitam-se”, defendeu, reiterando que não nos podemos cansar de ter boas práticas.

O que já está a ser feito

Marta Amaro, da McDonald’s Portugal, deu alguns exemplos de como a marca está a tentar fazer um caminho mais sustentável: a troca das palhinhas de plástico pelas de papel, a remoção das tampas de plástico dos copos das bebidas, o design mais ecológico dos copos de gelado, ou a melhoria dos ecopontos nas lojas.
Luísa Magalhães, da Smart Waste Portugal, adianta que a associação sem fins lucrativos está a desenvolver uma plataforma, estilo marketplace, em que as indústrias podem colocar resíduos com valor para que possam ser reutilizados por outras empresas.

Abaixo encontra os restantes artigos sobre sustentabilidade do evento de hoje.

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