Melhorar a alimentação: um roteiro para acelerar o combate à obesidade
Até 2027 há um roteiro para acelerar o combate à obesidade em Portugal. Começa nos primeiros anos de vida, inclui medidas nas escolas e a promoção de uma alimentação mais tradicional e saudável, além da redução de sal, açúcar e gordura saturada em diversos produtos. Comer melhor e aumentar a literacia alimentar são vitais para travar o crescimento deste que é um dos maiores problemas de saúde pública nacionais
A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública em Portugal. Afeta 28,7% dos adultos portugueses, sendo que mais de metade da população apresenta excesso de peso (67,6%). Também a obesidade infantil atinge proporções elevadas. Dados da Direção Geral de Saúde (DGS) mostram que a prevalência de excesso de peso infantil foi de 31,9%, sendo que 13,5% das crianças dos 6 aos 8 anos de idade viviam com obesidade, segundo um estudo de 2022.
Apesar das medidas de prevenção da obesidade já implementadas a nível nacional, o contexto epidemiológico e as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que nenhum país da Europa está em condições de alcançar a meta para travar o crescimento da obesidade.
A prevalência da obesidade no adulto, com idade igual ou superior a 18 anos, atinge uma média de 14,9% na UE (2017). O objetivo, a longo prazo, com base na média dos países com melhor desempenho a nível mundial é de 2,8%. Este cenário mostra a necessidade de intensificar os esforços nesta área da prevenção e controlo da obesidade. Foi neste contexto que Portugal aderiu ao Who Acceleration Plan to Stop Obesity, uma iniciativa da OMS que reúne um conjunto de países com o compromisso de acelerar a implementação de medidas de prevenção e controlo da obesidade e a Direção-Geral da Saúde elabora um Roteiro de Ação para Acelerar a Prevenção e Controlo da Obesidade em Portugal para os próximos três anos, que procura contribuir para atingir as metas do Plano Nacional de Saúde 2030, que tem entre os grandes desígnios o controlodos problemas de saúde sob risco de aumentar em que alimentação tem naturalmente um papel preponderante.
Prevenir e controlar a obesidade em 10 ações
O roteiro apresenta um conjunto de dez ações, sendo que metade delas estão relacionadas com a alimentação. E logo desde os primeiros dias de vida. No que respeita às crianças, pretende-se “melhorar a saúde nos primeiros 1000 dias de vida, através da Comissão para a Promoção do Aleitamento Materno e do desenvolvimento e digitalização de modelos de aconselhamento materno-infantil para a alimentação saudável”; ainda nas creches, o roteiro passa por “promover ambientes alimentares mais saudáveis, estabelecendo critérios para as compras públicas alimentares e definindo orientações para a oferta alimentar nas creches”. Em todos os graus de ensino, desde tenra idade, importa “fortalecer a promoção da alimentação saudável e da atividade física nas escolas por via do novo Programa Nacional de Saúde Escolar, que passará a integrar todo os níveis de educação e ensino, da creche ao Ensino Superior”, além de “desenvolver iniciativas de educação, literacia e mobilização social, tais como campanhas sobre alimentação infantil saudável, guias de boas práticas para educação alimentar, atividade física e influenciadores digitais e, ainda, ações que promovam o envolvimento de embaixadores como agentes de promoção da saúde”. O incentivo ao consumo de alimentos tradicionais e saudáveis, reduzindo o consumo de comida processada e açúcar é uma das formas de ajudar na concretização destas ações. No âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS 2022-2030), foram desenvolvidas medidas como a taxação de bebidas açucaradas, a redução do sal no pão, as restrições à publicidade alimentar dirigida a crianças, a regulação da oferta alimentar em escolas e hospitais, e campanhas de sensibilização. O PNPAS propõe uma abordagem sistémica para a nutrição e prevenção da obesidade, focando-se na redução das desigualdades sociais na saúde, ao longo do ciclo de vida, e estabelece a meta de reduzir o excesso de peso e obesidade infantil em pelo menos 5% até 2030.
Reduzir sal, açúcar e gordura saturada
São várias as entidades envolvidas na luta contra a obesidade, incluindo vários setores, da saúde alimentação, educação, entre as quais Associações, ONGs, autarquias, órgãos governamentais, mas também empresas, nomeadamente do retalho.
Protagonista com a maior quota do mercado nacional do retalho, o Continente continua a consolidar a posição como líder do setor em Portugal, com 27,3% e uma faturação de 8,7 mil milhões de euros em 2024, assume a “bandeira” de garantir o contributo nesta luta contra a obesidade em Portugal. O Continente reforça o compromisso com a promoção de uma alimentação equilibrada e acessível através do reforço da marca Equilíbrio e da aposta na literacia alimentar. Desde 2019, já reduziu 129 toneladas de sal, 1083 toneladas de açúcar e 425 toneladas de gordura saturada em mais de 600 produtos de marcas próprias. Desenvolvidos com uma equipa própria de nutricionistas, os produtos Equilíbrio estão alinhados com os programas nacionais de promoção de uma alimentação saudável, PNPAS e a EIPAS, Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, acompanhada pela DGS.
Integram nas embalagens o semáforo nutricional, uma ferramenta pioneira que simplifica a escolha, ao indicar, por cores, o perfil nutricional dos produtos. Para garantir que está alinhada com as orientações mais relevantes de saúde pública, conta com parcerias com associações como a Associação Portuguesa de Nutrição (APN). A evolução da oferta é sustentada pelo reforço da oferta em três grandes áreas: a nutrição infantil, a oferta de produtos funcionais, que respondem à crescente procura por benefícios específicos como energia, imunidade ou saúde intestinal e de soluções práticas para refeições e pequeno-almoço, que conciliam conveniência com valor nutricional. Destaque ainda para a Escola Missão Continente que tem como objetivo promover a sensibilização para um estilo de vida saudável em comunidades escolares que vão desde o Pré-Escolar ao 1.º Ciclo do Ensino Básico. Juntamente com Centro de Estudos e Investigação em Dinâmicas Sociais e Saúde (CEIDSS) foi apurado o seguinte impacto nas escolas em que esta Missão aconteceu em 2024: + 12% consumo de fruta fresca, +9% consumo de legumes e -11% consumo de refrigerantes.
Portugueses comem mal e têm baixa literacia alimentar
Mayumi Delgado
NVSTUDIO
Apesar de serem apaixonados pela mesa, os dados demonstram que os portugueses comem mal, tendo em conta o aumento da obesidade.Porquê? “A resposta não é linear e envolve múltiplas causas, uma vez que a obesidade é uma doença multifatorial, excluindo os fatores genéticos e metabólicos, destacam-se os ambientais e comportamentais”, explica Mayumi Delgado, nutricionista e responsável por Desenvolvimento de Produto Continente. “Vivemos num ambiente alimentar obesogénico, onde muitos dos produtos que encontramos estão carregados de açúcar, sal e gordura”, descreve. Neste contexto, “o fácil acesso ao fast food, aliado a um estilo de vida acelerado torna estas opções práticas e convenientes e soma-se a isto a falta de tempo para sermos mais ativos”. Sublinha que “o cenário torna-se ainda mais desafiante quando consideramos a publicidade dirigida às crianças, apesar dos esforços legislativos e das recomendações nacionais. Depois há a questão de a literacia alimentar ainda ser baixa em Portugal, o que dificulta que muitas pessoas façam escolhas mais conscientes e informadas”.
Superalimentos podem ser aliados na perda de peso
A expansão da marca Equilíbrio começa já este mês. A meta é chegar aos 300 produtos até 2027. As vendas da Equilíbrio devem superar a fasquia dos €100 milhões até 2027.
Não sendo uma solução direta para a obesidade, os superalimentos podem, devido às propriedades nutricionais, auxiliar na perda de peso e na manutenção de um estilo de vida saudável e ser um complemento para fortificar a alimentação, com vitaminas e minerais.
Durante o mês de junho é lançada este uma nova gama Equilíbrio, a um preço democrático, que comporta na composição superalimentos como a spirulina, microalga apontada como fonte de proteínas, minerais, vitaminas do complexo B, ferro e antioxidantes, assim como a matcha, que ajuda a prevenir o envelhecimento precoce, promover o emagrecimento e melhorar o humor, e ainda a curcuma planta com raízes de coloração laranja que tem forte ação antioxidante e anti-inflamatória, ajudando a diminuir o colesterol, prevenir a diabetes e aliviar as dores, além de açaí, um antioxidante, pode fornecer energia e auxiliar na manutenção de um peso saudável.
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