“O nosso Estado está doente. Precisa de fazer uma reflexão”
Duarte Parente, administrador da Metaloviana, foi um dos empresários presentes no almoço de hoje, em Viana do Castelo
Fernando Veludo
O investimento como pilar das exportações foi o tema de mais um almoço da segunda edição da Portugal Export +60’30, uma iniciativa organizada pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) e pelo Novo Banco, a que o Expresso se associa como media partner, e cujo objetivo é incentivar as exportações a crescer e a atingir os 60% do PIB em 2030
As tarifas impostas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, aos produtos europeus e as eleições legislativas antecipadas em Portugal não passaram despercebidas neste almoço do projeto Portugal Export +60’30 cujo tema principal foi o investimento como um dos pilares das exportações nacionais.
No encontro, que decorreu em Viana do Castelo, estiveram presentes, além de vários empresários locais, José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da Associação Empresarial de Portugal (AEP); Luís Ribeiro, administrador com o pelouro das empresas do Novo Banco; Luís Ceia, presidente da direção da CEVAL - Confederação Empresarial do Alto Minho e Ricardo Arroja, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Estas foram as principais conclusões.
Tarifas, eleições e resiliência portuguesa
As tarifas que Donald Trump impôs aos produtos importados da Europa não vão ter um impacto muito significativo nas exportações portuguesas porque as vendas de Portugal para os EUA “representam 6,9%”, repara Luís Ribeiro. Contudo, haverá um impacto indireto desta decisão do Presidente dos EUA.
Por isso mesmo, “temos de afinar melhor as estratégias empresariais”, e isso passa por procurar novos mercados e também novos fornecedores, repara Luís Manuel Fernandes. Não é um trabalho fácil, assume, mas é possível, porque “os portugueses sempre conseguiram”, considera.
Para o responsável da AEP, a realização de mais umas eleições antecipadas em Portugal preocupa-o mais que as tarifas de Trump. Aliás, lamenta mesmo que os políticos não tenham “visão de futuro”.
José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da Associação Empresarial de Portugal (AEP)
Fernando Veludo
Duarte Parente, administrador da Metaloviana - Metalúrgica de Viana, concorda e diz mesmo que “o nosso Estado está doente. Precisa de fazer uma reflexão” e que, aos sucessivos Governos, “falta a coragem de sanear os serviços públicos”, deixando os empresários “a inventar” formas de ultrapassar as dificuldades e a burocracia, considerada um dos maiores entraves ao investimento.
E, diz Luís Ribeiro, “há uma relação directa entre o PIB per capita e o índice de exportação”, o que significa que “temos de continuar a investir em empresas exportadoras”, caso contrário, “não vamos conseguir o crescimento económico” que almejamos.
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