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Que planos para os transportes de passageiros da Grande Lisboa?

A Carris Metropolitana serve toda a Grande Lisboa
A Carris Metropolitana serve toda a Grande Lisboa

A Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) organiza, pelo segundo ano consecutivo, uma conferência sobre o presente e o futuro dos transportes de passageiros da Área Metropolitana de Lisboa, um encontro a que o Expresso se associa como media partner

Ana Baptista

Jornalista

A integração de todos os operadores de transportes de passageiros da Área Metropolitana de Lisboa (AML) é recente.

O primeiro passo foi dado a 1 de abril de 2019 com a implementação do Navegante, o passe comum a todos os meios de transporte da AML - autocarros, elétricos, metropolitanos, barcos fluviais e comboios urbanos e suburbanos.

Dois anos depois, em 2021, foi criada uma empresa para gerir essa integração - a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) - e, em 2023, foi o primeiro ano completo da Carris Metropolitana, a marca que junta as quatro empresas que servem os 18 municípios da AML.

De acordo com Carlos Humberto de Carvalho, primeiro secretário metropolitano, “o Navegante é um êxito” e a “oferta de serviços da Carris Metropolitana é um êxito”. O que está a faltar, repara, é a integração plena dos vários sistemas, por exemplo, na informação de horários que é disponibilizada aos utilizadores, na imagem ou na relação entre os vários modos de transporte.

“Estão a ser dados passos, mas cada empresa tem a sua autonomia e seria preciso haver elementos comuns, sem perder essa autonomia. Por exemplo, os horários em tempo real estão nas redes sociais, mas devia haver a informação de que, por exemplo, quando saio do barco tenho logo a seguir um comboio para Vila Franca de Xira”, diz. “Ou o pagamento por multibanco. Não pode ser só no metro”, acrescenta.






18

é o número de munícipios que integram a Área Metropolitana de Lisboa e que são servidos pela Carris Metropolitana

Para isso, diz, é também preciso haver uma intervenção do Governo. É que, apesar de o Navegante poder ser usado nos autocarros, elétricos, comboios urbanos e suburbanos, metropolitanos e barcos fluviais, a Carris Metropolitana inclui apenas os operadores de autocarros da AML, e mesmo assim não são todos.

A Carris Metropolitana inclui a Viação Alvorada (Amadora, Oeiras e Sintra); a Rodoviária de Lisboa (Loures, Odivelas, Mafra e Vila Franca de Xira); A Transportes Sul do Tejo (Almada, Seixal e Sesimbra) e a Alsa Todi (Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal). Mas não inclui a Carris, em Lisboa; a MobiCascais e a Transportes Colectivos do Barreiro, que são geridas pelas autarquias.

Todos estes serviços dos autocarros têm depois de ser integrados com os dos Metropolitano de Lisboa; do Metro Sul do Tejo, da Trastejo e Soflusa e ainda da CP - Comboios de Portugal. Além disso, terão de ser integrados com outros meios em estudo como a Terceira Travessia do Tejo, a reconversão do SATU - Sistema Automático de Transporte Urbano em Oeiras ou as ligações ao novo aeroporto. Tudo planos que dependem da administração central e não só das autarquias que integram a AML.

“Estamos no bom caminho, mas tem ser articulado com a administração central, para que não se façam serviços concorrentes”, diz Carlos Humberto de Carvalho

É, por isso, que toda esta integração será um dos temas principais da conferência que a TML organiza esta terça-feira, 1 de abril, dia em que se celebram os seis anos da entrada em circulação do Navegante.

Será, por isso, feito um ponto de situação da utilização e adesão a este passe único e aos serviços da Carris Metropolitana, mas também serão apresentadas novidades nestes serviços - principalmente no Navegante, repara o administrador da TML, Rui Lopo, - e também serão debatidos os projetos de novas ligações de transportes de passageiros, tanto os que estão em curso como os que estão em estudo.

É o caso da extensão do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica (em projeto) e da possibilidade de chegar ao Seixal, Barreiro, Moita e Alcochete (em estudo), exemplifica o presidente da TML, Faustino Gomes. Ou o caso da extensão do metro de Lisboa (em projeto) ou da reconversão do SATU para ligar a linha de comboio de Cascais à de Sintra (em estudo).

Jornadas Navegante - Mobilidade: Um direito de todos - 6 anos de políticas públicas na Área Metropolitana de Lisboa

O que é?

É a conferência de celebração dos seis anos do passe Navegante à qual o Expresso se associa como media partner.

Quando, onde e a que horas?

Dia 1 de abril de 2025, das 15h às 18h00, no Teatro Thalia, em Lisboa.

Quem vai estar presente?

  • Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa
  • Basílio Horta, presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa
  • Cristina Pinto Dias, secretária de Estado da Mobilidade
  • Faustino Gomes, presidente da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML)
  • Vítor Ferreira, presidente da Câmara da Amadora
  • Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais,
  • Francisco Jesus, presidente da Câmara de Sesimbra
  • Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira
  • Rui Lopo, administrador da TML
  • Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada
  • Hugo Luís, presidente da Câmara de Mafra
  • Maria Clara Silva, presidente da Câmara do Montijo
  • André Martins, presidente da Câmara de Setúbal
  • Carlos Humberto de Carvalho, primeiro secretário metropolitano
  • Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação

Porque é que este encontro é central?

É onde será feito um ponto de situação dos últimos seis anos das políticas públicas dos transportes da Área Metropolitana de Lisboa e também onde se anunciarão alguns dos planos para o curto e médio prazo.

Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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