“É pena que os nossos políticos se esqueçam do país e nos faltem ao respeito como têm feito”
Fernando Castro, presidente da direcção da Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro (AIDA)
Fernando Veludo
Aconteceu esta quinta-feira mais um almoço da segunda edição da Portugal Export +60’30, uma iniciativa organizada pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) e pelo Novo Banco, a que o Expresso se associa como media partner, e cujo objetivo é incentivar as exportações a crescer e a atingir os 60% do PIB em 2030
O terceiro almoço debate da segunda edição da iniciativa Portugal Export +60’30 aconteceu esta quinta-feira na sede da AIDA, em Aveiro, e o tema foi a inovação e a importância que tem para a competitividade das empresas e para a sua capacidade exportadora. No encontro estiveram, além de vários empresários da região, Luís Ceia, vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP); Luís Ribeiro, administrador com o pelouro das Empresas no Novo Banco; Fernando Castro, presidente da direção da Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro (AIDA) e ainda, Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação. Estas são as principais conclusões.
A escolha dos locais destes almoços debate nunca é por acaso e, segundo Jorge Portugal, Aveiro tem uma forte componente de inovação. Diz o diretor-geral da COTEC que, das quatro mil empresas que exportam e fazem inovação em Portugal, 23 estão neste distrito, a investir “18% do seu Valor Acrescentado Bruto (VAB) em inovação” e a “ter 41% das suas pessoas dedicadas à inovação”.
Se o país fosse todo assim, “seríamos uma Suíça ou Finlândia”, comenta.
Há ainda a Universidade de Aveiro que “nasceu de uma empresa” e por “não ter uma hierarquia” tem sido um local onde “o empresário chega e bate à porta” e recebe apoio em termos de inovação.
Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação
Fernando Veludo
Contudo, tudo isto tem sido feito com muita luta por parte dos empresários que lamentam a falta de apoio do Estado. Não necessariamente apoio financeiro, mas sim apoio institucional, na desburocratização dos serviços públicos, dos concursos para os fundos europeus ou, simplesmente, na manutenção de políticas.
Foram vários os empresários presentes que lamentaram a ausência do secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, que cancelou a sua participação no dia seguinte à queda do Governo e um dia antes do encontro.
Aliás, foram também vários os que criticaram a instabilidade política em que o país se encontra mais uma vez.
“É pena que os nossos políticos se esqueçam do país e nos faltem ao respeito como têm feito”, diz Fernando Castro.
De facto, diz Jorge Portugal, “viver em crise passou a ser o fado das empresas portuguesas”.
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