“Se as empresas têm talento, então a inovação vai aparecer”
O secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira
Matilde Fieschi
Aconteceu esta terça-feira mais um almoço da segunda edição da Portugal Export +60’30, um projeto da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e Novo Banco, a que o Expresso se associa como media partner, e cujo objetivo é encontrar soluções para que as exportações atinjam os 60% do PIB em 2030
O capital humano foi o tema do segundo almoço da segunda edição do projeto Portugal Export +60’30 que, desta vez, aconteceu esta terça-feira, na NERLEI - a Associação Empresarial da Região de Leiria. Mais do que debater o tema, o objetivo era apresentar propostas concretas de alterações que sejam necessárias para tornar as empresas mais robustas e, dessa forma, exportarem mais.
No encontro, além de empresários da região de Leiria, estiveram José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da Associação Empresarial de Portugal (AEP); Nuno Palhinha, diretor do Centro de Empresas de Leiria do Novo Banco; Luis Febra e Henrique Carvalho, respetivamente, presidente da direção e diretor-executivo da NERLEI e ainda o secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira. Estas são as principais conclusões.
A escolha de Leiria para este encontro não foi por acaso: “é uma região fortemente exportadora”, diz Luís Febra, ainda que sejam exportações de baixo valor acrescentado, ajustado à maioria das qualificações dos trabalhadores da região, nota Henrique Carvalho.
De facto, lembrou ainda Luís Febra, para uma empresa aumentar as exportações “são precisos colaboradores qualificados e competentes” que, consequentemente, deveriam ter um melhor salário.
Para o secretário de Estado, Portugal não tem falta de jovens com qualificações, aliás, “o problema está em conseguir contratar esses jovens tão bem preparados”.
“Contratar e reter”, reforça ainda Adriano Rafael Moreira, para quem a existência de talento numa empresa é essencial para que haja inovação.
“Pergunto se as vossas empresas têm talento. Se têm, então a inovação vai aparecer”, atira.
O problema é, em parte, o salário. Na região de Leiria, por exemplo, “o valor salarial médio está abaixo da média nacional”: as empresas “estão a pagar um bocadinho acima da média nacional nas qualificações mais baixas”, mas “pagam pior nas mais elevadas e nestas a diferença é elevada: menos 18% nas pessoas com bacharelato e menos 20% nas pessoas com licenciatura e mestrado”, avisa Henrique Carvalho.
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