Virgílio Boavista Lima abriu o evento “O papel e o futuro do sector social”
José Fonseca Fernandes
Virgílio Boavista Lima abriu o evento “O papel e o futuro do sector social”
José Fonseca Fernandes
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Decorreu esta tarde, no Palco Impresa, o encontro para discutir “O papel e o futuro do sector social”, com o apoio do Montepio Associação Mutualista e o Expresso como media partner. Maria do Rosário Palma Ramalho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, esteve presente e garantiu que o Estado está ao lado do mutualismo
Foi já na parte final do evento que Maria do Rosário Palma Ramalho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, protagonizou um momento de conversa, tendo aproveitado a primeira declaração para comentar as palavras do padre Vítor Melícias sobre a relação entre o sector social e o Estado proferidas minutos antes. “Não há muito a ideia de cooperação, há mais de concorrência”, disse o pároco. “O Estado não está em concorrência com o sector mutualista, que é visto pelo Governo como um grande parceiro, é uma preocupação para nós”, comentou a governante, lembrando algumas medidas entretanto tomadas pelo Governo nesta área.
Maria do Rosário Palma Ramalho mostrou profunda preocupação com a pobreza em Portugal – “há dados preocupantes, são mais de dois milhões de pessoas nessa condição, mesmo depois de receberem as prestações sociais” – e revelou que, neste momento, o ministério que tutela e o da Saúde estão unidos nesta área para dar a devida resposta. “O sector social deve ser apoiado e acarinhado”, reforçou a ministra. A cooperação entre sector social e Estado foi, de resto, a ideia chave deste encontro, no sentido que é preciso unir esforços pelo bem comum. “O mutualismo pode responder a todas as questões desde que seja fiel aos seus princípios e valores. Para construir o futuro, temos de viver o presente com paixão”, afirmou Vítor Melícias na sua intervenção, ao utilizar palavras como solidariedade, esperança, unidade ou responsabilidade. O padre franciscano, que já foi líder mutualista, participou no último debate da tarde, “O futuro do mutualismo”, que contou ainda com a presença de José Eduardo Franco (investigador-coordenador na Universidade Aberta), que enalteceu a importância de sensibilizar os mais novos para esta matéria.
Depois de Virgílio Boavista Lima, presidente do Montepio Associação Mutualista, ter iniciado os trabalhos, houve então espaço para a primeira conversa, “O papel do sector social nas comunidades”, que contou com a participação de António Brito Guterres (Assistente social e investigador de Estudos Urbanos), Pedro Mota Soares (antigo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) e Manuel de Lemos (presidente da União das Misericórdias Portuguesas). “O Estado não pode ser desresponsabilizado, tem um papel muito importante aqui”, defendeu Pedro Mota Soares, que defendeu o diálogo entre as tutelas nesta área. Já Manuel de Lemos referiu o “problema demográfico em Portugal”, realçando que é fundamental “ajudar as pessoas a envelhecer felizes”.
António Brito Guterres afirmou que “o sector social é dos espaços mais explorados em Portugal” e realçou a importância da proximidade entre as pessoas nesta área, dando o exemplo do que acontece nos bairros sociais. Nuno Marques (diretor do Centro de Competências Envelhecimento Ativo), Maria de Belém Roseira (antiga ministra da Saúde) e João Duque (professor catedrático de Finanças, ISEG-Ulisboa) protagonizaram o segundo painel da tarde, que decorreu sob o mote “O papel do terceiro sector na proteção social e longevidade”.
“A estabilidade nas políticas é essencial para o sector social saber o que pode fazer”, defendeu Maria de Belém Roseira, enquanto João Duque defendeu que “falta capacidade de gestão no terceiro sector, que muitas vezes é gerida de uma forma não tão competente como o sector privado”, pelo que é fundamental a qualificação das pessoas. “As entidades devem refletir nesta preocupação”, sugeriu, enquanto Nuno Marques enalteceu os “bons exemplos” na área.
Conheça algumas das conclusões:
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social garantiu que o Estado está ao lado do sector social.
Cooperar é a palavra-chave: instituições e Estado têm de estar unidos nesta matéria. “Têm o mesmo objetivo. A obrigação é de todos”, afirmou Vítor Melícias.
O papel das diferentes instituições é absolutamente fundamental. “No território, o serviço social é dos maiores empregadores”, lembrou Manuel de Lemos.
João Duque opinou que as instituições precisam de “estabilidade”. “Sem ela, não sabem o que vão encontrar amanhã”, comentou.
Portugal tem de encontrar soluções para desafios como envelhecimento ou financiamento, entre outros.
Apoios de vária ordem, como alimentação, saúde, higiene ou combate à solidão são algumas marcas fortes do apoio social. “A empatia é fundamental para uma sociedade mais unida e coesa”, comentou António Brito Guterres.
“É preciso criar uma cultura mutualista”, defendeu José Eduardo Franco. “Todos somos poucos”, acrescentou, realçando a importância de sensibilizar os jovens para o sector social.
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