Decorreu esta quinta-feira, no Porto, o almoço de arranque da segunda edição da Portugal Export +60’30, uma iniciativa organizada pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) e pelo Novo Banco, a que o Expresso se associa como media partner
A segunda edição da iniciativa Portugal Export +60’30, promovida pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) e pelo Novo Banco, deu hoje o seu pontapé de saída com um primeiro almoço na sede da Fundação AEP, no Porto. O objetivo mantém-se - chegar a 2030 com as exportações a valer 60% do PIB.
Mas, enquanto a primeira edição foi focada na identificação dos desafios que existem para atingir essa meta e em recomendações para o Governo que tinha acabado de ser eleito, nesta segunda edição “pretende-se olhar para os desafios identificados e procurar apresentar medidas para os ultrapassar”, dizem a AEP e o Novo Banco. Mais ainda quando há um novo Governo e a expectativa de mudança e de que se implementem, finalmente, medidas que incentivem as empresas a investir para aumentar as exportações.
Daí que, para este primeiro almoço, tenha sido convidado o ministro da Economia, Pedro Reis, que se juntou a José Manuel Fernandes, presidente do conselho geral da AEP e Miguel Ferreira, diretor coordenador empresas Norte do Novo Banco. Estas foram as principais declarações.
José Manuel Fernandes, presidente do conselho geral da AEP
Chegar a 2030 com as exportações a valer 60% do PIB obriga as empresas “a pensar em grande”, mas é um objetivo quase obrigatório tendo em conta a dimensão do país, diz José Manuel Fernandes.
Contudo, não basta a mobilização das empresas, é preciso “ajustar todas as peças do puzzle”, acrescenta.
Ou seja, acrescenta Miguel Ferreira, os poderes públicos têm o dever de lançar programas de incentivos e, acima de tudo, combater a burocracia. “Este é um grande fator de competitividade”, diz.
Aliás, alguns dos empresários presentes concordam que o mais importante não são os apoios financeiros, mas sim os licenciamentos mais rápidos, as regras claras e simples, as leis que não mudam ou as instituições que realmente ajudem em vez de complicarem.
Miguel Ferreira, diretor coordenador de empresas do Norte no Novo Banco
Pedro Reis diz com convicção que é “pró-iniciativa privada” e que as empresas não precisam que lhes digam “para que mercados ir”, mas sim que “descompliquem, que tratem da burocracia, que lhes dêem espaço para avançar”.
Por isso é que diz que “não teria desenhado o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tão virado para o sector público” como fez o anterior Governo de António Costa. Mas agora “já está” e é preciso trabalhar com o que existe.
Nesse sentido, elenca algumas das medidas que o novo Executivo já tomou para incentivar as empresas, como a redução do IRC que diz querer continuar a reduzir “o quanto mais for possível”, porque,
“Portugal paga impostos as mais. As empresas estão atulhadas”.
Fala também dos prémios por desempenho, também em sede de IRC e ainda da redução da tributação autónoma que o Governo quer “baixar 20% até 2028”.
Outra medida que refere foca-se no licenciamento que diz ser “um dos grandes temas e o maior travão ao crescimento em Portugal”, daí que o objetivo seja “reforçar o estatuto dos projetos estratégicos para Portugal”.
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