Nuno Costal, diretor principal da NTT Data, fez a apresentação do estudo internacional com o foco em Portugal e deixou evidente que ainda há muito a fazer em relação à inteligência artificial generativa (GenAI). “Estamos perfeitamente alinhados com o estudo global, a GenAI não é apenas moda em Portugal. Há investimentos adicionais nesta tecnologia”, afirmou, alertando depois para a necessidade de arrepiar caminho na área, sob pena de perder o comboio: “Vemos alguma lentidão no mercado português em relação ao que se está a passar lá fora”.
Antes da intervenção de Nuno Costal, David Pereira, head of GenAI Transformation da mesma empresa, havia abordado em detalhe os resultados globais do estudo, que entretanto já haviam sido divulgados. “A GenAI está a avançar de forma muito rápida”, alertou, quando abordou o mercado global. Em termos internacionais, o estudo mostra que quase todos os líderes inquiridos já investiram em GenAI: 83% já criou mesmo equipas “especializadas” ou “robustas” nesta área.
De acordo com a informação divulgada, “dois terços dos inquiridos C-level afirmam que a IA Generativa vai provocar uma mudança de paradigma nos próximos dois anos, com potencial para melhorar significativamente fatores como produtividade e eficiência, sustentabilidade, conformidade regulamentar, processos empresariais, segurança e experiência dos colaboradores. No que diz respeito a “Estratégia e Transformação”, 97% dos CEOs antecipam um impacto significativo desta tecnologia, enquanto “70% dos inquiridos também consideram que esta mudança será rápida e terá um impacto substancial em 2025 e 83% dos inquiridos declaram já ter uma estratégia de IA Generativa bem definida”, lê-se nas conclusões. Ainda assim, “51% das empresas ainda não alinharam estas estratégias com os seus planos de negócio”, o que representa, de acordo com os especialistas, “uma limitação no retorno do investimento e na satisfação com os resultados”.
Em Inovação e Tecnologia, “90% referem que a infraestrutura herdada dificulta a aplicação eficaz da GenAI e 96% dos CIOs e CTOs afirmaram que as soluções baseadas na cloud são o método mais prático para suportar aplicações de IA Generativa”, diz o estudo. Já no campo da Ética, Segurança e Sustentabilidade, eis os números: 81% confirmam que é muito importante que os líderes ajudem os colaboradores a equilibrar inovação e responsabilidade; 72% disseram que a sua organização não possui uma política de utilização de IA generativa para colaboradores, incluindo orientações sobre a proteção de propriedade intelectual; 45% dos CISOs expressaram preocupações em relação à tecnologia, assumindo que se sentem “pressionados, ameaçados ou sobrecarregados”; 82% afirmaram que as regulamentações governamentais sobre IA são pouco claras, o que dificulta as estratégias.“68% dos inquiridos a nível global indicaram que se sentem entusiasmados e impressionados com o potencial transformador da IA Generativa”, lê-se ainda nas conclusões do estudo.
Conheça algumas das principais conclusões:
- Portugal, apesar de alinhado com o que se passa no Mundo, tem de acelerar processos, “sob o risco de perder competitividade”, alertou Nuno Costal.
- Verifica-se alguma resistência à mudança e literacia tecnológica é fundamental.
- “GenAI tem impacto nos trabalhadores”, que, disse David Pereira, “terão de desenvolver competências para se adaptarem às transformações”.
- “Muitos dizem que têm uma estratégia de GenAI, mas só metade delas tem essa estratégia alinhada com o negócio. Se os objetivos não forem claros, a estratégia não é boa”, reforçou o especialista, alertando também que “a regulamentação para a GenAI na Europa não é clara nesta altura”.
- Segurança e sustentabilidade são as grandes preocupações.
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