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“Portugal já não é o país para onde olhamos para todos os projetos como fazíamos antes”

O último debate contou com a presença de vários CEO de empresas que têm investido em renováveis, como a Galp, a EDP, a Finerge ou a Acciona
O último debate contou com a presença de vários CEO de empresas que têm investido em renováveis, como a Galp, a EDP, a Finerge ou a Acciona
Matilde Fieschi

No segundo e último dia da Portugal Renewable Energy Summit, organizada pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) e à qual o Expresso se associou como media partner ouviram-se criticas aos licenciamentos e preocupações quanto às metas do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC2030)

Ana Baptista

Jornalista

“Portugal já não é o país para onde olhamos para todos os projetos como fazíamos antes”

Matilde Fieschi

Fotojornalista

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A Portugal Renewable Energy Summit terminou esta terça-feira com três grandes temas em debate: o ponto de situação do eólico offshore, os licenciamentos elétricos e ambientais e os desafios do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC2030) para as empresas do sector. Tal como ontem, estiveram presentes perto de 30 oradores (veja a lista completa de participantes AQUI), e uma sala cheia para um encontro que fechou com a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho. Estas são as principais conclusões.

O licenciamento

  • Tem sido considerado um dos grandes entraves ao desenvolvimento dos projetos de energias renováveis, sejam eles de eólicas, solar ou hidroelétricos e tanto no licenciamento ambiental como no das infraestruturas em si.
  • De acordo com Manuel Silva, diretor de desenvolvimento da Aquila Clean Energy, “um licenciamento está a demorar entre três a cinco anos, mais a construção e a ligação à rede e dá uns sete anos, o que não se coaduna com os objetivos do PNEC”.
  • Aliás, de acordo com Rui Maia, COO da Nadara, ainda não se notam os esforços que se têm feito para melhorar os licenciamentos. “Portugal era o país onde tínhamos a maior taxa de licenciamentos. Isso tem vindo a degradar-se e já não é o país para onde olhamos para todos os projetos como fazíamos antes”, diz, acrescentando que, agora, estão a olhar para projetos em Itália e no Reino Unido.
  • Ainda assim, há quem esteja esperançoso com a criação da Estrutura de Missão para o Licenciamento de Projetos de Energias Renováveis 2030 (EMER 2030) que tem como objetivo a simplificação dos processos e a criação de um Balcão Único de licenciamento.
  • “A mensagem é esta: licenciar o menos possível”, diz o presidente da EMER, Hugo Carvalho. E fiscalizar mais, acrescenta o diretor geral da Direção Geral de Energia e Geologia, Paulo Carmona.
A ministra do Ambiene e Energia, Maria da Graça Carvalho
Matilde Fieschi

O eólico offshore

  • Dos procedimentos que estão inscritos no PNEC este é um dos que tem gerado mais burburinho. Não só porque terá de envolver dois concursos - um para atribuir a concessão de utilização do espaço marítimo e outro para atribuir a instalação do projeto em si - mas também por se tratarem de plataformas flutuantes, é ainda uma tecnologia muito cara, como a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho referiu no encerramento da conferência.
  • De acordo com a governante, o mapa das áreas em alto mar onde se poderão instalar as eólicas offshore vai a conselho de ministros ainda este mês de novembro, um passo importante para depois se lançar o primeiro concurso o que já só deverá acontecer no início de 2025.
  • Mas há depois outro desafio que se coloca nesta meta do PNEC de instalar 2 GW de eólico offshore em Portugal: as redes que ligam as turbinas em alto mar a terra. Mas para João Afonso, diretor de planeamento da REN, “os desafios do offshore não são muito diferentes do que já se faz hoje”.
  • O problema é que Portugal não é o único com projetos destes e pode ser difícil arranjar os fornecedores dos cabos, transformadores e até das estruturas eólicas.

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