Coimbra debate oportunidades de inovação da saúde ao espaço

“O cluster espacial é também muito importante em Coimbra, está a desenvolver-se e a própria Câmara vai envolver-se mais ativamente no desenvolvimento deste cluster”, assegura José Manuel Silva, que destaca os “excelentes resultados” alcançados nos últimos dez anos.

Inicialmente, o ESA BIC Portugal tinha apenas três polos de inovação em Portugal (Lisboa, Coimbra e Porto), mas hoje são 15 espalhados por todo o país, incluindo nas ilhas. “O sector aeroespacial tem-se vindo a consolidar. Obviamente, a criação da Agência Espacial Portuguesa também foi muito importante e, portanto, todo este movimento tem permitido que o sector se torne mais forte, com mais empresas e startups”, detalha o responsável. A partir de tecnologias desenhadas para o espaço, a ideia é que os empreendedores consigam “alavancar” essas soluções e aplicá-las em casos de utilização ‘civil’ nas mais variadas áreas, desde a utilização de satélites para informação agrícola a dispositivos de saúde.

A saúde é, aliás, um dos três protagonistas da segunda edição do Coimbra Invest Summit, onde estará Marta Passadouro, responsável pelo ecossistema nacional da EIT Health Innostars, uma rede europeia de inovação nas ciências da vida. “Somos um catalisador do ecossistema, ou seja, agregamos as pessoas com as ideias mais inovadoras ou mais promissoras na área da saúde e juntamos à volta delas todos os recursos que são necessários para conseguirem implementar esses projetos”, esclarece.

Além dos 8500 diplomados que a cidade do conhecimento produz anualmente, a região concentra um conjunto de entidades que apoiam não apenas a origem da inovação, como a sua translação para a economia e o processo de internacionalização. O maior desafio, considera Marta Passadouro, continua a ser a colaboração entre entidades. “Às vezes trabalhamos muito em ilhas e não colaboramos tanto com os nossos colegas em Lisboa e no Porto. Seríamos muito mais competitivos internacionalmente se colaborássemos mais internamente”, sugere.

Do lado do município, a receita para o sucesso na capacidade de atração de novos investimentos para a região passa por criar um ambiente propício ao desenvolvimento de negócios. “Criámos um regulamento da via rápida do investimento para dar garantias aos empresários de que os seus processos são resolvidos rapidamente, digitalizámos todo o urbanismo da Câmara... Todos estes processos estão a contribuir para o reconhecimento desta nova dinâmica de Coimbra em termos económicos, sociais e culturais”, remata José Manuel Silva.

O Coimbra Invest Summit, a que o Expresso se associa como media partner, resulta de um esforço conjunto entre a autarquia, a Universidade de Coimbra, o Instituto Pedro Nunes, o Instituto Politécnico de Coimbra e o iParque.

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