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Especialistas no Parlamento recomendam reforço da vacinação no adulto

Especialistas no Parlamento recomendam reforço da vacinação no adulto
Getty Images

Equipa multidisciplinar divulgou no Parlamento um relatório de políticas públicas com medidas que visam reforçar a vacinação em Portugal na idade adulta como resultado do projeto + Longevidade da NOVA IMS, que conta com o apoio da GSK, à qual a SIC Notícias se associa como media partner

Portugal é um dos poucos países da União Europeia no qual não existe uma estratégia relacionada com a vacinação na idade adulta, pelo que uma equipa de especialistas divulgou no Parlamento um documento com um conjunto de recomendações no sentido de a reforçar. Algo essencial, quando as provas mostram que essa ação trará ganhos económicos e na saúde.

Com o Orçamento do Estado para 2025 em discussão, a equipa multidisciplinar - composta por mais de 20 elementos ligados a vários segmentos da saúde em Portugal - defendeu uma maior aposta e atenção política em relação a esta matéria e apelou a uma maior ação por parte de quem decide, bem como dos profissionais de saúde e da sociedade em geral, no sentido de adotarem uma abordagem proativa na vacinação no adulto.

€245

são os milhões estimados em custos diretos ou indiretos para tratar doenças preveníveis por vacinação, como a doença pneumocócica, gripe, HPV, Herpes Zoster (zona) e vírus sincicial respiratório (VSR)

“A vacinação continua a ser uma prioridade para a DGS”, garantiu Rita Sá Machado, diretora geral da saúde, reforçando que “a vacinação nos adultos já é parte do Programa Nacional de Vacinação", mas que estão "a fazer pareceres e novas propostas, para a expandir e alargar com base na melhor evidência científica”.

Já Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, enalteceu o papel da prevenção durante a sessão de apresentação das recomendações do projeto + Longevidade, da NOVA IMS, que conta com o apoio da GSK, à qual a SIC Notícias se associa como media partner. “A prevenção é dos aspetos mais pobres ao nível das políticas de saúde. Dos mais de 15 mil milhões que temos para a saúde, apenas um a dois por cento de valores são gastos em prevenção, o que me leva a concluir que temos aqui uma importante área de intervenção e investimento, por forma a garantir a proteção da população”, defendeu.

“É preciso assegurar a cobertura vacinal equitativa da população-alvo, incluindo as pessoas mais vulneráveis e que precisam de ser imunizadas”, afirmou, por seu turno, Francisco George, presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública e chairman deste projeto. O especialista acrescentou ainda que “o Estado, que já financia múltiplas ações de vacinação destinadas a adultos, tanto em vacinas fornecidas gratuitamente a grupos de risco, como noutras que são comparticipadas, terá, necessariamente, que garantir o desenvolvimento da vacinação no adulto, através do Orçamento de Estado”. E concluiu: “É sabido que os custos são compensados pelos resultados obtidos pela imunização", tais como "menos hospitalização, menos admissões em cuidados intensivos, e menos despesas com medicamentos”.

“Dos mais de €15 mil milhões que temos para a saúde, apenas um a dois por cento de valores são gastos em prevenção, o que me leva a concluir que temos aqui uma importante área de intervenção e investimento”, defendeu Luís Filipe Pereira

Conheça algumas das recomendações deixadas pela equipa de especialistas:

  • Maior aposta e atenção política em relação à vacinação.
  • Alargamento do Programa Nacional de Vacinação, que passaria a incluir um calendário vacinal dirigido aos adultos.
  • Reforço da importância das vacinas junto da população mais velha e vulnerável.
  • Otimização da cobertura vacinal nos adultos através da identificação dos pontos de check-up.
  • Sensibilizar e incentivar a vacinação dentro e fora da rede de cuidados de saúde.
  • Incentivar uma maior capacidade do sistema de saúde no sentido de dar resposta aos desafios vacinais (com reforço das Unidades de Cuidados da Comunidade e das Unidades de Saúde Pública) no contexto da rede de cuidados primários.
  • Definir novos modelos de avaliação e financiamento público.
  • Reforço da cooperação entre o Infarmed e a Direção Geral de Saúde na avaliação de cada vacina.
  • Alinhar estratégias de atuação de acordo com as necessidades de diferentes grupos populacionais.

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