Receitas com IA poderão atingir os €100 mil milhões em 2030

Fátima Ferrão
“A Inteligência Artificial (IA) está a revolucionar a forma como pensamos a inovação, os processos e o empreendedorismo”. A afirmação pertence a Sir Richard Roberts, Nobel da Fisiologia e da Medicina em 1993, citado por Pedro Oliveira no encerramento da conferência ‘Portugal, AI e o futuro: tecnologias emergentes e oportunidades no atendimento ao cliente’, que celebra os 30 anos da Teleperformance em Portugal, e que decorreu esta tarde, em Lisboa.
Para o diretor da Nova SBE, a frase do antigo prémio Nobel ilustra corretamente os desafios. Da utilização desta tecnologia disruptiva que, em pouco mais de dois anos, se massificou e democratizou, muito por influência do ChatGPT. Hoje, defende Pedro Oliveira, o poder desta tecnologia é imenso e até um simples telemóvel pode potenciar experiências que antes não seriam sequer imagináveis. E exemplifica: “a IA pode ajudar um cego a ‘ver’, relatando o que o rodeia e contribuindo para uma melhor integração na sociedade”. E este é apenas um exemplo entre muitos.
Contudo, e apesar das múltiplas aplicações positivas desta tecnologia, é preciso acautelar um conjunto de desafios que comporta, como demonstrou Adolfo Mesquita Nunes, durante a apresentação que abriu esta conferência. “A IA não é receita para coisa alguma se não for usada como deve ser, com regras claras e concretas”, disse o advogado da Pérez-Llorca e professor na Nova SBE e na Nova School of Law. Este é um tema que, na sua opinião, veio revolucionar a sociedade e que não pode ser considerado apenas tecnológico. “É muito mais estratégico e as lideranças que ignoram para que serve e como pode ser usado verão, a prazo, que essa atitude lhes sairá cara”.
Adolfo Mesquita Nunes destacou igualmente a importância da formação transversal sobre estes temas nas empresas, bem como da regulação, do compliance, da segurança de dados, etc. “O poder da IA permitirá concretizar grandes oportunidades, mas apenas depois de ultrapassados os desafios de contexto”, salientou.
A conferência ‘Portugal, AI e o futuro: tecnologias emergentes e oportunidades no atendimento ao cliente’ contou ainda com um painel de debate moderado pela jornalista da SIC Notícias, Marta Atalaya, no qual participaram Bruno Nogueira, CIO do Bankinter Portugal, Sofia Couto da Rocha, Head of Innovation & Head Virtual Client da Lusíadas Saúde, Jorge Graça, Executive Board Member & Chief Technology and Information Officer da NOS, Catarina Ceitil, Chief Information Data and Transformation Officer da Galp, e Vítor Tôrres, gestor de canais de O Boticário.
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