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“Sem lucro não há riqueza" nem "há remuneração para quem trabalha”

Francisco Pedro Balsemão e Filipe de Botton foram os convidados para debater ps resultados do estudo sobre empresas familiares que a KPMG apresentou esta quinta-feira em Lisboa
Francisco Pedro Balsemão e Filipe de Botton foram os convidados para debater ps resultados do estudo sobre empresas familiares que a KPMG apresentou esta quinta-feira em Lisboa
Matilde Fieschi
Após uma primeira sessão no Porto, a apresentação e discussão dos resultados do inquérito que a KPMG realizou em parceria com a Associação das Empresas Familiares, e ao qual o Expresso se associa como media partner, chegou esta manhã ao Museu da Eletricidade, em Lisboa

Ana Baptista

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Depois do Porto, a KPMG rumou a Lisboa para apresentar - e debater - as conclusões do estudo “Potenciar o legado – o caminho de crescimento das Empresas Familiares”. No encontro estiveram, novamente, Vitor Ribeirinho, sócio principal da KPMG Portugal; Luís Magalhães, responsável pela área de impostos da KPMG; Sandra Aguiar, sócia associada da KPMG; e José Germano de Sousa, CEO da Germano de Sousa e presidente da Associação das Empresas Familiares. No painel de debate estiveram, desta vez, Filipe de Botton, presidente executivo da Logoplaste; Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa; e ainda Pedro Reis, ministro da Economia. Estas são as principais conclusões.

1. Proteger o legado

  • O estudo da KPMG identificou quatro tipos de legado: o material, que diz respeito ao imobiliário, às heranças ou objetos sentimentais; o biológico, que é o nome de família; o social, que é o que fica na comunidade; e a identidade, que são as histórias da família que são passadas de geração e geração.
  • E segundo Sandra Aguiar, “há uma interligação entre os resultados de incorporação do legado na gestão e o desempenho das empresas”, ou seja, “empresas com alto desempenho financeiro têm um maior legado”.
  • Por isso é que a sucessão nas empresas familiares é tão importante e, ao mesmo tempo, tão difícil. Tanto do lado dos fundadores como de quem lhes segue.
  • “Nesta coisa do legado o que é difícil é o espaço. Tenho filhos com 40 anos e se quero que eles façam algo tenho de lhes dar espaço, mas não é fácil assumir que o palco já não é nosso. Esse é o grande tema nas empresas familiares: dar espaço e resistir ao nepotismo”, conta Filipe de Botton, que, nos anos 90, assumiu a gestão da empresa fundada pelo pai.
  • “Eu vejo 90% da palavra legado como algo positivo. A Impresa tem uma história incrível que mostra resiliência. O que é menos positivo é que o fundador é uma figura tão carismática e tão conhecida que há algum paternalismo em alguns dos processos”, conta Francisco Pedro Balsemão.

O ministro da Economia, Pedro Reis, encerrou a conferência
Matilde Fieschi

2. Criar riqueza

  • “Às empresas familiares coloca-se logo um desafio cultural: como podem ganhar escala e dimensão, conciliar o profissionalismo e a abertura de capital sem perder a ligação com os colaboradores, o sentimento de pertença que se vai perdendo à medida que vai ganhando dimensão”, diz Pedro Reis. Mas, no geral, “os desafios que se colocam às empresas familiares não são muito diferentes das outras”, acrescenta. E fazer lucro é um deles.
  • “Se não tiver lucro, o legado não serve para nada. Esta diabolização do lucro… sem lucro não há riqueza e não há remuneração para quem trabalha”, repara Filipe de Botton.
  • De facto, diz Pedro Reis, é preciso deixar de diabolizar as grandes empresas. “Precisamos é de ter grupos económicos maiores”, remata.

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