Paulo Portas: "A Europa vai com o mundo às costas e sozinha não consegue"

Francisco de Almeida Fernandes
Jornalista
A China é “híbrida”, a Rússia recusa qualquer “modernização da sua economia”, os EUA são “incertos” e a Europa “vai na direção certa”. Esta é a análise resumida de Paulo Portas face ao comportamento dos diversos blocos geopolíticos no campo da sustentabilidade ambiental, em que, sublinha, “a Europa vai com o mundo às costas e sozinha não consegue”. O comentador político acredita que é preciso continuar a investir em medidas que promovam a transição para um futuro mais verde e sustentável, mas alerta para os desafios que se avizinham.
“A transição climática ou se faz com as empresas e com a economia ou não se faz”, apontou Paulo Portas durante o evento de lançamento do projeto Visões do Futuro, da Deco Proteste e a que o Expresso se associa como media partner. Para o perito na análise do panorama internacional, é fundamental conseguir aliar crescimento económico e trabalho no tema das alterações climáticas porque só com prosperidade será possível alcançar as metas definidas.
A imprevisibilidade relativamente às eleições nos EUA, por exemplo, poderá ditar o curso que o país tomará na implementação de medidas alinhadas com o Acordo de Paris. Mas há, ainda, outros desafios que importa endereçar, nomeadamente o crescimento da influência da China na produção de painéis solares, eólicas e até carros elétricos, em que é líder, e que pode ameaçar a estratégia de reindustrialização da Europa. O fundamental, defende Paulo Portas, é agir e não perder tempo. “Não percam muito tempo a discutir se a sustentabilidade é mandatória”, avisa.
Durante o lançamento do Visões do Futuro, que decorreu no pulmão de Lisboa, no Monsanto, falou-se ainda sobre o caminho que as empresas e as marcas estão a fazer para não só reduzirem as suas emissões, como para incentivarem a sociedade a adotar comportamentos mais sustentáveis. Para facilitar a escolha do consumidor, a Deco Proteste vai organizar, em parceria com o Expresso no edifício Impresa, dois dias dedicados às Visões do Futuro - um certame que, nos dias 20 e 21 de setembro, vai juntar marcas e consumidores em torno da reflexão sobre um futuro mais verde. “Este caminho não se faz sozinhos. Precisamos das marcas e dos consumidores”, lembrou Miguel Cristóvão, diretor de Negócio da Deco.
Conheça abaixo as principais conclusões do debate “A sustentabilidade que nos une”, que juntou Carolina Coelho, da IKEA, Pedro Félix, do Sport Lisboa e Benfica, Pedro Pimentel, da CentroMarca, e Elsa Agante, da Deco Proteste.
Futuro sustentável é responsabilidade partilhada
Visões do Futuro
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