O longo caminho para a igualdade de género nas organizações portuguesas

Jornalista
As desigualdades entre homens e mulheres são inquestionáveis em Portugal. Basta ver as estatísticas do trabalho: segundo dados do INE, Independentemente do sector de atividade, da profissão, do nível de qualificação, das habilitações literárias ou do tempo de antiguidade no emprego, os homens continuam a receber salários 16% mais elevados do que as mulheres.
Este será um dos temas em destaque na conferência organizada pela Merck com o Expresso como media partner. A propósito dos 90 anos da farmacêutica, será apresentado um estudo sobre diversidade, igualdade e inclusão. O assunto está na agenda, mas em Portugal há um longo caminho a percorrer.
“Em 2022 levámos a cabo um estudo base sobre como o país se encontra em dois tópicos: presença de géneros numa empresa e os salários para funções equivalentes entre homens e mulheres. Chegámos a uma conclusão que era expectável: as mulheres só atingirão o mesmo salário que os homens em 2052”, afirma o diretor-geral da Merck, Pedro Moura.
A estratégia para a Igualdade de Género - 2020-2025 estabelece o objetivo mínimo de 40% de membros não executivos do sexo sub-representado nos conselhos de administração das empresas. A proposta centra-se nas empresas que estão cotadas em bolsa dada a sua importância económica e grande visibilidade. De um modo geral, estas empresas estabelecem as normas que se aplicam ao resto do sector privado.
"As mulheres só atingirão o mesmo salário que os homens em 2052”, aponta Pedro Moura
Mas, como defende Pedro Moura, “infelizmente a legislação ainda não é totalmente cumprida”. “Existe uma estratégia de igualdade de género nas administrações das empresas. Numa lista de dez países europeus, Portugal está em oitavo no que respeita à paridade de género nas empresas. Mas a verdade é que os estudos que temos feito, incluindo da nossa filial espanhola, demonstram que há ganhos financeiros e de performance nas organizações com rácios mais equilibrados.”
16%
Também a nível de acesso à saúde as mulheres são prejudicadas. Segundo o Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) é neste sector que as desigualdades mais se acentuam. “Os progressos estagnaram, resultando numa descida na classificação do 20.º lugar para o 23.º lugar”, pode ler-se no documento apresentado em outubro de 2023.
A nível geral, o Índice da Igualdade de Género 2023, divulgado pelo EIGE, coloca Portugal em 15.º lugar, com uma pontuação de 67,4 numa escala de 100 pontos, 2,8 pontos abaixo da média europeia.
Tópicos a acompanhar na conferência cuja ficha pode consultar já a seguir.
90 Anos de Inovação em Saúde
O que é?
O Expresso e a Merck debatem 90 anos de inovação em saúde.
Esta iniciativa tem como objetivo olhar para temas como a importância da diversidade, equidade e inclusão no futuro, contribuição da ciência e da indústria farmacêutica e a evolução do papel dos cuidadores informais em Portugal para que a promoção da saúde e a prevenção da doença sejam uma verdadeira aposta para a qualidade de vida do cidadão e para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
Quando, onde e a que horas?
Segunda-feira, 26 de fevereiro, no edifício Impresa, das 14h30 às 17h30.
Quem vai estar presente?
Porque é que este encontro é central?
Porque o tema da igualdade de género é hoje um dos assuntos mais debatidos a nível mundial, e que tem produzido alterações significativas a nível legislativo e cultural. Trata-se de uma discussão obrigatória, que contribui para a desconstrução de vários preconceitos enraizados na História.
Onde posso seguir?
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt