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Estas empresas fazem “coisas” em “momentos de crise”

Os Prémios Expresso Economia | Caixa Geral de Depósitos entregaram 21 distinções, incluindo a de Empresário do Ano
Os Prémios Expresso Economia | Caixa Geral de Depósitos entregaram 21 distinções, incluindo a de Empresário do Ano
José Fernandes
Prémios: pandemia, guerras, inflação e taxas de juro elevadas, crises políticas e eleições antecipadas... O sector empresarial português tem resistido a toda esta instabilidade, adaptou-se à nova realidade e agora está a ter melhores resultados. A 6ª edição dos Prémios Expresso Economia tem o apoio da Caixa Geral de Depósitos

Ana Baptista

Quando a Câmara Municipal de Miranda do Douro mostrou o terreno onde o Vila Galé iria construir um novo hotel, o fundador e presidente do grupo, Jorge Rebelo de Almeida, conta — sorrindo — que “havia lá muitas águias” e que, sendo ele do Benfica, devia ser “uma premonição”. Premonição ou não, é nesse terreno que vai investir €14 milhões para fazer uma nova unidade com 60 quartos e, dessa forma, continuar a aposta no interior do país. “Eu gosto de recuperar coisas no interior. Vai ser a salvação do litoral”, diz. Daí os hotéis na serra da Estrela, em Armamar (distrito de Viseu), ou em Alter do Chão, no Alentejo, só para dar alguns exemplos.

Foi esta aposta no interior do país, a par da expansão internacional, não só no Brasil, onde já tem 10 unidades, mas também em Cuba, onde inaugurou um resort em novembro deste ano, que fez com que Jorge Rebelo de Almeida fosse escolhido como Empresário do Ano na 6ª edição dos Prémios Expresso Economia | Caixa Geral de Depósitos. “Eu não faço fita. Adoro receber prémios”, afirmou na cerimónia de entrega, que também levou ao palco Carlos Mota Santos, CEO da Mota-Engil, para receber o prémio de Conquista Empresarial do Ano.

Em causa estava o contrato de €300 milhões firmado com a brasileira Petrobras para a revitalização da rede de gás da exploração da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, e que representa a entrada do grupo no sector do petróleo e gás e em projetos em alto mar. “Diversificar é importante”, diz Carlos Mota Santos, mas “dentro das nossas capacidades”, acrescenta. E “no Brasil vimos uma janela de oportunidade, porque, depois da operação [judicial] Lava Jato, a Petrobras ficou proibida de trabalhar com muitos dos players tradicionais”.

De facto, nota Jorge Rebelo de Almeida, “os momentos de crise são ótimos para fazer coisas”. E a generalidade do tecido empresarial português soube fazê-las, resistindo e reinventando-se mesmo perante a pandemia, a guerra e a escalada da inflação e das taxas de juro. Daí que este ano tenha sido criado um novo prémio, chamado Empresas em Crescimento, que distinguiu, por exemplo, o Grupo Savoy (hotelaria), a Bloom Marinha (imobiliário), a Pro-Galo (agricultura) ou a Cândido José Rodrigues II Renewables (serviços), que assegurou em 2023 toda a carteira de obras de 2024, incluindo um primeiro projeto nos EUA.

Mas os novos galardões não destacam apenas o crescimento. A Plural — Cooperativa Farmacêutica foi contemplada com o prémio Mulheres na Gestão, que, como está definido na metodologia para os prémios, distingue a empresa “com igualdade de género na gestão que mais cresceu sustentadamente nos últimos três anos”. Com três mulheres numa administração de cinco pessoas — “por competência e não por quotas”, diz a vogal Sara Terra —, esta empresa de distribuição de produtos farmacêuticos cresceu mais de 20% de 2020 para 2021 e depois 6% a 7% por ano em 2022 e 2023.

Já a Nestlé, que celebra 100 anos em Portugal, venceu o prémio Empresas com Mais de 50 Anos, o que se deve não só à sua ação ambiental, com “a ambição de atingir zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2050”, refere a CEO Anna Lenz, mas também à sua ação social, tanto no apoio a produtores nacionais — num total de 900 fornecedores — como na entrega de donativos a “mais de 200 mil famílias”.

Teleperformance em destaque

Além destas novas distinções e da escolha do Empresário e da Conquista Empresarial do Ano, os Prémios Expresso Economia | Caixa Geral de Depósitos distinguem também as empresas que se destacaram nos últimos três anos no volume de negócios, nas exportações e no emprego. Na edição deste ano, a Teleperformance esteve em destaque ao ganhar três prémios — dois pelo Crescimento do Emprego e um pelo Crescimento das Exportações.

“Em 2022, a Teleperformance contratou 3700 colaboradores e aumentou o número de exportações em 20,6%. Já em 2023 contratou 3100 colaboradores e espera um crescimento similar nas exportações”, garante o CEO, Pedro Gomes, que, mesmo com estes números, deixa um recado ao novo Governo para que resolva o problema da habitação. Porque, remata, dificulta a captação de talentos.

Frases

“O ideal era não existir este prémio, mas, se ainda é necessário para dar oportunidade ao profissionalismo das mulheres, então que haja este prémio”

Sara Terra
Vogal da administração da Plural — Cooperativa Farmacêutica

“O sector do turismo não deve crescer desmesuradamente. As outras atividades, como a aviação, a restauração, os rent-a-car, têm de a acompanhar”

Jorge Rebelo de Almeida
Fundador e presidente do Grupo Vila Galé

“É importante ter projetos com cash flows adiantados”

Carlos Mota Santos
CEO da Mota-Engil

Prémios de Economia

Na 6ª edição dos Prémios Expresso Economia, que têm o apoio da Caixa Geral de Depósitos (CGD), distinguiram-se — além do Empresário do Ano e da Conquista Empresarial do Ano, atribuições da responsabilidade da redação do Expresso — empresas que registaram um maior crescimento do negócio. No total foram entregues 21 prémios, com o apoio da Informa DB e da Deloitte.

Textos originalmente publicados no Expresso de 22 de dezembro de 2023

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