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Qualidade de vida é “um dos maiores trunfos” para fixar talento na Guarda

Luís Baptista (Merkle), João Logrado (Olano Portugal), André de Sá (CoLAB LogIN) e Joaquim Brigas (Instituto Politécnico da Guarda) participaram no debate moderado pelo coordenador de economia do Expresso, Vítor Andrade (à direita)
Luís Baptista (Merkle), João Logrado (Olano Portugal), André de Sá (CoLAB LogIN) e Joaquim Brigas (Instituto Politécnico da Guarda) participaram no debate moderado pelo coordenador de economia do Expresso, Vítor Andrade (à direita)
Rui Farinha / NFactos

Proximidade aos serviços públicos, habitação mais acessível e centralidade entre Lisboa e Madrid são vantagens para quem vive na região, considera o presidente da câmara. Em mais uma conferência itinerante que assinala os 50 anos do Expresso, a logística, a inovação e a tecnologia foram temas centrais

Francisco de Almeida Fernandes

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Na viagem pelas capitais de distrito do país, o Expresso fez esta quinta-feira uma paragem na cidade da Guarda para debater os desafios e as oportunidades da região. Um dos principais temas da intervenção do presidente da autarquia, durante a conferência que o semanário organizou esta tarde no Café-Concerto do Teatro Muncipal da Guarda, foi precisamente a importância de fazer do concelho um centro nevrálgico intermodal de transportes no país. “É fundamental a implementação de um verdadeiro nó intermodal ferroviário, rodoviário e também marítimo [na região]”, sublinhou Sérgio Costa.

O líder da Câmara Municipal da Guarda lembrou a “localização geoestratégica verdadeiramente excecional” do município, nomeadamente pela distância de cerca de 300 quilómetros até Lisboa e apenas 350 quilómetros até Madrid. É também por isso que considera essencial a concretização do projeto do porto seco da região, uma forma de afirmar a capacidade logística endógena e para “alargar a influência dos portos de mar”.

Sérgio Costa, presidente da Câmara Municipal da Guarda, defendeu a importância de concretizar o investimento no porto seco da região para "alargar" a área de influência dos portos de mar nacionais
© Rui Farinha / NFactos

Com maior dinamismo económico, Sérgio Costa não tem dúvidas de que será mais fácil atrair e reter população no distrito. E diz mesmo que não faltam argumentos para o concretizar: “A nossa qualidade de vida é inegável. Na Guarda, a cidade dos 15 minutos é uma realidade”, apontou, em referência ao acesso rápido dos habitantes aos principais serviços públicos. “Esse é um dos nossos maiores trunfos”, reforçou.

No mesmo sentido, a aposta no enriquecimento dos currículos formativos oferecidos pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) é vista como uma mais-valia para manter os jovens qualificados na região, acredita o presidente do IPG. Joaquim Brigas defende que “uma das formas de reter [talento] é através da capacitação de recursos”, um trabalho que o politécnico tem procurado por via do trabalho em proximidade com o tecido empresarial. Este foi, aliás, um dos temas centrais em discussão durante a conferência “Guarda: Logística, tecnologia e inovação”, organizada pelo Expresso para assinalar o seu 50º aniversário.

A conferência que assinala os 50 anos do Expresso juntou representantes de empresas da região, do poder político e do ensino superior. Na foto (da esq. para a dir.), o diretor do semanário, João Vieira Pereira, acompanha João Logrado (Olano Portugal) e Sérgio Costa (Câmara Municipal da Guarda)
© Rui Farinha / NFactos

Conheça as principais conclusões do debate:

Fixar talento no interior

  • A inovação é considerada por André de Sá, professor do IPG e coordenador do CoLAB LogIN, uma forma eficaz de reter recursos humanos qualificados no interior. “Cabe-nos ter uma oferta formativa de qualidade que acompanhe os desenvolvimentos tecnológicos e que esteja em direta relação com o tecido empresarial”, assegura.
  • Essa proximidade entre a instituição de ensino superior e as organizações tem sido frutífera, em especial para empresas como a Merkle, uma tecnológica que nos últimos quatro anos passou de três para 82 colaboradores na Guarda. “Tem sido um sucesso desde que nos instalámos”, confirma Luís Baptista. O especialista em sales force da multinacional espera conseguir fazer crescer a equipa até às 150 pessoas nos próximos anos com apoio do IPG.
  • Do lado do politécnico, a criação de cadeiras ou pós-graduações à medida das necessidades dos gestores é fundamental. É por via da especialização e do reforço de competências específicas que a instituição espera contribuir para o repovoamento do território. “Cerca de 90% dos meus quadros foram formados no politécnico”, acrescenta João Logrado, diretor-geral da Olano.
  • O sector da logística é responsável por cerca de nove mil empregos na região e está, por isso, entre os temas prioritários para a qualificação de recursos humanos no IPG. “Sou daqueles que acreditam piamente que a Guarda vai ser o grande centro logístico do país”, afirma Joaquim Brigas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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