O que é preciso fazer para que haja habitação para todos?

Portugal está a passar por um momento de grande escassez de oferta de habitação, acima de tudo de casas para a classe média que ou não consegue suportar os inflacionados preços atuais do mercado ou que se endivida mais do que pode e deve para conseguir pagar esses preços.

Os promotores estão cientes disso e continuam a afirmar que têm interesse em fazer casas a preços mais acessíveis, mas assumem que os custos de contexto não o permitem e que acabam por os fazer desistir desses projetos. Ou porque há uma excessiva carga fiscal na construção; ou porque os custos dos terrenos e dos materiais aumentaram muito nos últimos anos à boleia da pandemia e da guerra na Ucrânia; ou ainda porque os licenciamentos continuam a arrastar-se nas câmaras o que se traduz em custos por ter uma obra parada.

Para o Governo, isto não é uma novidade, até porque os promotores já fizeram questão de o informar várias vezes ao longo dos últimos anos, antes mesmo da pandemia e da guerra na Ucrânia sobre estes custos de contexto. Porque, a escassez de oferta não é um problema de agora, apenas foi agravada porque as casas atingiram valores muito elevados e as taxas de juro também começaram a subir, tornando as contas mais difíceis para as famílias da classe média cujo aumento dos salários não acompanharam a subida dos preços das casas.

Estes serão, certamente, alguns dos tópicos que estarão em cima da mesa do próximo debate da ERA Imobiliária e do Expresso que, desta vez, tem como tema central uma questão: Habitação para todos?