Marta Atalaya (à esq.) moderou o primeiro painel, intitulado "Cadeia de Valor do Cimento e do Betão no Ecossistema da Construção, Transição Verde e Digital na UE – rumo a um Ambiente Construído mais Sustentável", e que contou com Anabela Silva, Isabel Lança, Jorge Reis e Paulo Ferrão
NUNO FOX
Na conferência “Cimentar o Futuro – o Novo Bauhaus Europeu”, o papel da indústria de betão na promoção de soluções sustentáveis para o futuro da economia e da sociedade juntou uma série de personalidades para debater o que está a ser feito
Perante a situação de emergência climática em que o mundo se encontra e as metas a que Portugal está sujeito como membro da União Europeia, a indústria cimenteira e do betão assumiu papel de destaque e procura ser uma parte ativa da solução. Por isso os seus representantes lançaram em 2021 o Roteiro da Indústria Cimenteira para a Neutralidade Carbónica 2050" e apontam para medidas efetivas que contribuam para um futuro mais sustentável.
O panorama português, as metas definidas, e o que está ser feito para cumprir esse propósito foram os grandes temas em discussão na conferência “Cimentar o Futuro – o Novo Bauhaus Europeu”, organizada pela ATIC em parceria com o Expresso, e que conta também com a participação da APEB, APFAC e ANIPB, com pistas e dados importantes para percebemos o que vai mudar nos bairros e construções que nos rodeiam.
Moderada pela jornalista da SIC Marta Atalaya, o evento contou com a presença de Luís Fernandes, presidente da ATIC e CEO da CIMPOR Portugal e Cabo Verde; Carlos Zorrinho, deputado ao Parlamento Europeu; Anabela Silva, diretora de Serviço da Política Empresarial na Direção Geral das Atividades Económicas; Isabel Lança, presidente do Conselho Diretivo da Região Centro da Ordem dos Engenheiros; Jorge Reis, diretor-geral da APEB; Paulo Ferrão, professor catedrático do IST e membro da Missão da UE “Climate Neutral and Smart Cities”; Carlos Mineiro Aires, presidente do Conselho Superior de Obras Públicas; Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão ‘Recuperar Portugal’ ; Filipa Roseta, vereadora da Habitação e Obras Municipais da Câmara Municipal de Lisboa; Luís Goucha, presidente da APFAC; Maria da Graça Carvalho, deputada ao Parlamento Europeu; Mário Lacerda, vice-presidente da ANIPB; Otmar Hubscher, vice-presidente da ATIC e CEO da SECIL; e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente.
O segundo painel teve como mote para debate a "Economia Circular, Eficiência Energética e Neutralidade Carbónica com Cimento e Betão na Construção Sustentável e nas Cidades do Futuro" e teve a participação de Fernando Alfaiate, Filipa Roseta, Luís Goucha e Mário Lacerda
NUNO FOX
Conheça as principais conclusões da conferência:
Compromisso com descarbonização
“A descarbonização é fundamental para atingir” os objetivos, acredita Luís Fernandes.
Por isso é que o roteiro adotado pela indústria cimenteira implica melhores práticas e um uso mais eficiente de materiais para que as emissões sejam reduzidas.
O consenso é que só com um compromisso sustentável sério é que a indústria poderá competir e sobreviver.
Sinergias
Os diferentes agentes do sector devem unir-se e perceber que o único caminho é criarem mais sinergias e entendimentos.
"Nada disto funciona de forma isolada", aponta Isabel Lança.
Sem esquecer que “há aqui um esforço tremendo a fazer”, nas palavras de Paulo Ferrão.
Economia circular
“A indústria sabe que se não se adaptar é uma questão de tempo”, garante Carlos Mineiro Aires.
A utilização mais eficaz de materiais e a implementação de inovações tecnológias que permitam fazer cimento e betão mais amigos do ambiente e mais facilmente reutilizáveis são elementos vistos como essenciais.
“A economia circular é uma responsabilidade, não é uma obrigação”, acrescente Luís Goucha.
Pensar no urbanismo
Alcançar os objetivos quer pelo lado dos materiais, quer pelo lado de quem pensa os espaços urbanos, é considerado por Otmar Hubscher como um “esforço conjunto de toda a sociedade”.
Se é importante melhorar os materiais, também é importante que os decisores públicos e políticos tenham uma abordagem mais sustentável ao pensar nas obras a construir.
"Somos um país cuja desorganização territorial é idiossincrática", avisa Nuno Lacasta.
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