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Transição digital: “2023 é um ano de grandes concretizações do PRR”

Sessão de discussão com os principais organismos responsáveis pela reforma digital do Estado português
Sessão de discussão com os principais organismos responsáveis pela reforma digital do Estado português
Joao Girao

A consultora Axians juntou, esta terça-feira, os principais intervenientes nesta área nas Critical Sessions, uma iniciativa a que o Expresso se associa e que continua amanhã com uma sessão sobre inteligência artificial

Ana Baptista e João Girão

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Os principais organismos responsáveis pela reforma digital do Estado estiveram, esta terça-feira de manhã, sentados à mesma mesa a discutir quais os principais desafios da transformação digital e quais as medidas que podem implementar, individualmente e em conjunto. Na sessão, organizada pela consultora Axians e a que o Expresso se associou, estiveram João Dias, presidente da Agência para a Modernização Administrativa; César Pestana, presidente da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública; Mário Campos, subdiretor geral da Autoridade Tributária e Aduaneira: Paula Salgado, do Instituto de Informática da Segurança Social; Ana Laranjeira, presidente da Estrutura de Missão para a Modernização e Reforma da Administração Pública dos Açores; Joana Mendonça, presidente da Agência Nacional de Inovação; Luís Goes Pinheiro, presidente da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde; Filomena Rosa, presidente do Instituto dos Registos e Notariado; António Gameiro Marques, diretor do Gabinete Nacional de Segurança; Patrícia Borges, vogal da Agência para o Desenvolvimento e Coesão e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente. Estas são algumas das conclusões.

1. Os fundos do PRR

  • A transição digital do Estado está a entrar numa fase decisiva porque causa do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Não só por causa do grande volume de fundos disponíveis, mas porque têm de ser todos executados até 2026. O próximo ano será, por isso, “muito importante, porque é um ano de grandes concretizações do PRR”, diz Luís Goes Pinheiro.
  • De facto, os fundos disponíveis vão traduzir-se em mais projetos ou em projetos de maior dimensão que, por arrasto, também vão contribuir para a simplificação dos processos administrativos.
  • Um dos grandes objetivos é digitalizar os serviços públicos que “o cidadão precisa efetivamente”, nota Paula Salgado. Mas também centralizar a informação toda de forma que “o cidadão apenas dê os seus dados uma vez”, acrescenta Filomena Rosa.
O responsável pela transformação digital no Reino Unido, Tom Loosemore, foi um dos convidados da sessão
Joao Girao

2. Os entraves

  • De acordo com a administradora da Axians, Carmo Palma, outro dos temas discutido nesta sessão de trabalho foi o dos entraves a esta transformação e simplificação dos processos. E um deles tem mesmo a ver com a forma como está organizada a administração pública no geral. “Às vezes, aqui, reinventamos muito a roda e isso torna-nos mais ineficientes”, repara, lembrando a importância de todos estes organismos trabalharem em conjunto.
  • Outro dos entraves assinalados diz respeito à forma como os serviços públicos são adquiridos, ou seja, os processos de contratação pública são ainda muito complicados e podem mesmo pôr em causa a execução do PRR, que não terá qualquer prolongamento como acontece com outros programas de fundos comunitários. Neste aspeto, Tom Loosemore, o responsável pela reforma digital do estado britânico e criador do site que agrupo todos os serviços daquele governo, notou que o que é preciso fazer é rever todos esses processos. Foi isso que fizeram no Reino Unido e, hoje, há procedimentos de compras públicas que demoram semanas, mas que em Portugal podem demorar um ano.
  • O talento - ou a dificuldade em “atrair, reter e pagar por ele” - é visto como outro entrave mas, “neste caso, é algo que afeta a todos” e que é mais “demorado” e resolver, diz ainda Carmo Palma.

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