Orçamento do Estado tem medidas positivas mas podia ir mais além: o que acham as empresas
A jornalista Nelma Serpa Pinto moderou um painel que contou com a presença de Maria de Lurdes Rocha da Fonseca Torres, Pedro Siza Vieira, Serena Cabrita Neto e Luís Miguel Ribeiro
Fernando Veludo
O impacto das medidas previstas no OE 2023 do ponto de vista do tecido económico português, naquele que é reconhecido como um dos exercícios orçamentais mais difíceis dos últimos anos, esteve em destaque no evento “OE 2023: As respostas da política fiscal aos desafios das empresas portuguesas”, conferência PLMJ com o apoio do Expresso
Os dias eram de expectativa e, agora que se conhecem as medidas incluídas no documento do Orçamento do Estado para 2023, a resposta vai desde a satisfação cautelosa à crítica por cuidado a mais. A acreditar nas opiniões manifestadas no evento “OE 2023: As respostas da política fiscal aos desafios das empresas portuguesas”, conferência PLMJ com o apoio do Expresso.
As políticas fiscais de apoio às empresas e a difícil e imprevisível conjuntura global estiveram em destaque na sessão que decorreu hoje de manhã na sede da AEP, em Matosinhos, e que contou com a presença de Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP; Maria de Lurdes Rocha da Fonseca Torres, diretora do Departamento de Estudos e Estratégia da AEP; Pedro Siza Vieira, sócio das áreas de Bancário e Financeiro e de Mercado de Capitais da PLMJ; e Serena Cabrita Neto, sócia e coordenadora da área de Fiscal da PLMJ.
Conheça as principais conclusões do debate e saiba tudo em maior detalhe na edição impressa do Expresso desta semana.
Perigos atuais
O panorama global é de grande incerteza, e a conjuntura económica é de tal modo imprevisível que pode ser difícil antecipar qualquer cenário.
Estamos perante “um orçamento que assenta num exercício altamente complexo de fazer projeções sobre o futuro”, acredita Pedro Siza Vieira.
O documento do OE 2023 reflete esta preocupação, na opinião do ex-ministro da Economia, ao mesmo tempo que tenta dar apoios à economia.
Apoio do Estado
"Nas empresas, as medidas são todas positivas, mas são de uma magnitude insuficiente", acredita Maria de Lurdes Rocha da Fonseca Torres.
É preciso fazer ainda mais, na opinião dos empresários, para responder às dificuldades atuais.
Simplificar a burocracia e diminuir certos impostos são soluções apontadas.
Mudanças estruturais
“Elevar o potencial de crescimento da economia portuguesa é a única forma”, aponta Luís Miguel Ribeiro, de alavancar a economia.
Para o responsável da associação de empresários, não basta medidas pontuais de apoio. É preciso que as políticas estatais comecem a traduzir em mudanças estruturais.
Resiliência das empresas
“Tudo o que seja apoiar os mais desfavorecidos ou pequenos no contexto empresarial é importante”, defende Serena Cabrita Neto.
Apesar dos perigos, os participantes manifestaram confiança na capacidade de resiliência do tecido económico português.