“Portugal é um dos países com maiores níveis de biodiversidade da União Europeia”
O Palácio Nacional de Queluz serviu de palco à realização da primeira de nove conferência organizadas pelo ICNF para debater o futuro da conservação do património natural de Portugal
José Fernandes
As palavras são de João Paulo Catarino, secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, que destacou os investimentos do país nesta área ao longo dos últimos anos. O responsável participou na conferência inaugural da Missão Natureza 22, uma iniciativa do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) cuja primeira parte decorreu esta manhã no Palácio Nacional de Queluz
Em matéria de alterações climáticas e do seu impacto para o território, para a população e espécies, a corrida contra o tempo já começou. Para assegurar que Portugal não perde a maratona, será necessário repensar a gestão do património natural e da biodiversidade com objetivos concretos. Sendo Portugal “um dos países com maiores níveis de biodiversidade da União Europeia (UE)”, de acordo com João Paulo Catarino, é fundamental investir na sua preservação. A já aprovada Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade 2030 é um dos documentos que permitirá guiar a ação nacional neste campo, ainda que seja necessário garantir o alinhamento de todos para o seu sucesso. “Reconhecemos que muito ainda está por fazer”, acrescentou o secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas.
Foi precisamente este o mote da primeira conferência da Missão Natureza 22, uma iniciativa do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a que o Expresso se associou. O evento, que decorreu esta manhã no Palácio Nacional de Queluz, contou ainda com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Sintra, Bruno Parreira, do presidente do ICNF, Nuno Banza, e do professor catedrático Miguel Bastos Araújo, que participou via videochamada, para apresentar o estudo Biodiversidade 2030 – Nova Agenda para a Conservação em Contexto de Alterações Climáticas. “A biodiversidade tem estado em declínio desde os anos 70”, afirmou. O especialista fez questão de sublinhar que, se nada for feito, será registada “uma perda imensurável até ao final do século”.
O evento contou com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Sintra, Bruno Parreira, do secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino, e do presidente do ICNF, Nuno Banza
José Fernandes
Procurando evitar o cenário negro para este ativo nacional, o ICNF definiu sete objetivos estratégicos a atingir com o apoio das instituições públicas, privadas e da sociedade em geral. Nuno Banza defendeu a importância de criar espaço para uma “discussão livre sobre o melhor caminho”, convocando todos a contribuir para a definição de “soluções comuns” que começam a ser delineadas já esta sexta-feira. Ao longo de toda a tarde, serão realizadas reuniões de grupos de trabalho para cada uma das sete prioridades definidas, de onde sairão recomendações e metas concretas.
O encerramento da primeira conferência da iniciativa contará com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro. A transmissão em direto, via streaming, poderá ser acompanhada a partir das 17h30 através da página de Facebook do Expresso aqui.
João Paulo Catarino destacou os mais de €88 milhões investidos na proteção e conservação da natureza desde 2016, mas reconhece que "muito ainda está por fazer"
José Fernandes
Missão Natureza 22: 7 prioridades para um património natural com futuro
Aumentar a perceção e apropriação pública do património natural
Melhorar o estado de conservação do património natural
Vigiar e controlar espécies exóticas invasoras
Compatibilizar economia e biodiversidade
Reforçar as infraestruturas verdes e a conectividade ecológica
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