Atualmente vive-se durante mais tempo e com mais qualidade de vida, mas o que é uma conquista da ciência ao serviço da sociedade cria, também, um novo desafio aos sistemas de saúde – o envelhecimento da população. A dependência dos idosos da prestação de cuidados aumenta e é aí que entram os enfermeiros, cujo papel é, para Eduarda Reis, “absolutamente incontornável”. A presidente do Conselho Clínico da Lusíadas Saúde acredita que o papel destes profissionais é “fundamental”, já que esta faixa etária “mais do que ser tratada, tem de ser cuidada e respeitada”. Assumem, por isso, uma função que vai além do auxílio em saúde e abrange, também, um apoio emocional e social. Mas quais são os grandes desafios que o futuro reserva aos enfermeiros?
A resposta não é única, mas estará em debate no Lusíadas Nursing Summit, evento dedicado à enfermagem que acontece no próximo sábado, dia 29, entre as 10h e as 13h. A iniciativa, que será digital e transmitida em direto no Facebook do Expresso, procurará ainda perceber de que forma a tecnologia pode ajudar e melhorar o trabalho destes profissionais, e a sua capacidade de adaptação na luta contra as doenças mentais, cujo desenvolvimento no pós-covid poderá ser mais expressivo. “Apesar da evolução e das mudanças ocorridas na sociedade, esta continua a ser uma profissão exigente para a qual é necessária uma forma de ser compassiva, um saber teórico específico e capacidade para tomar decisões em situações de grande complexidade ética”, adianta Dulce Gonçalves.
“A importância dos enfermeiros no sistema de saúde é absolutamente incontornável”, assume Eduarda Reis, presidente do Conselho Clínico da Lusíadas Saúde
A presidente do Conselho de Enfermagem da Lusíadas Saúde lembra ainda as dimensões ligadas à “promoção da saúde, prevenção e recuperação da doença e alívio do sofrimento” que norteiam a missão destes cuidadores. Se dúvidas existissem sobre a sua importância, a pandemia vincou ainda mais a relevância dos enfermeiros, que demonstraram capacidade de resposta e de conhecimento num contexto novo e desafiante. “O espírito de missão e a proximidade que mantinham com os doentes e suas famílias revelaram-se como uma tábua de salvação num caminho longo, sinuoso, por vezes revelador de grandes obstáculos, e tantas vezes interminável”, elogia Dulce Gonçalves.
Sobre a integração da tecnologia como meio de aprimorar a atividade assistencial, Eduarda Reis afirma que “a telemonitorização irá seguramente ter um papel central no cuidar dos doentes”, nomeadamente na recuperação dos atrasos causados pela pandemia. Com mais de 150 mil cirurgias e 1,2 milhões de consultas adiadas no ano passado, o papel dos enfermeiros nos serviços de saúde ou no domicílio e no digital será essencial. “Temos de reinventar todo o sistema e os enfermeiros vão ter uma função importantíssima na aproximação dos cuidados de saúde aos doentes”, antecipa, referindo que é preciso olhar para as fragilidades que a crise sanitária deixou a descoberto, em particular no capital humano, e resolvê-las.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt