Projetos Expresso

Transição digital não pode estar “apenas ao alcance de alguns”

Mariana Vieira da Silva falou sobre a inclusão e a desiguldade de género no arranque do Fórum Portugal Digital
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Projetos Expresso. Na manhã que marcou o arranque dos quatro dias do Fórum Portugal Digital, as mudanças (rápidas) provocadas pela pandemia e a inclusividade foram os destaques do evento organizado pelo Portugal Digital e o INCoDe 2030 com o apoio do Expresso

Transição digital não pode estar “apenas ao alcance de alguns”

Tiago Oliveira

Jornalista

Tudo pode acontecer no espaço de um ano, mas em poucos terá acontecido tanto como nestes 12 meses, desde a apresentação em 2020 do Plano de Ação para a Transição Digital. A pandemia mostrou a importância da qualificação digital e fez com que muitas mudanças em discussão passassem rapidamente a ser realidade, ao mesmo tempo que colocou a nu muitas desigualdades crónicas. Por isso, é hora de rever as metas e perceber quais as necessidades mais prementes para fazer face à nova realidade digital.

Respostas que, ao nível do sector público, começaram a ser dadas hoje. O Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, foi o palco do primeiro de quatro dias do Fórum Portugal Digital (conheça todos os participantes AQUI) – organizado pelo Portugal Digital e o INCoDe 2030 com o apoio do Expresso – e em que uma série de responsáveis levantaram um pouco o véu sobre os objectivos governativos neste campo. Desde o já mencionado plano à reestruturação do Programa INCoDe.2030, com passagem pelo Plano de Recuperação e Resiliência, as intenções são muitas.

“A transição digital não pode ser algo apenas ao alcance de alguns, tem que ser uma transição justa”, lançou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no arranque do evento, com a certeza estamos perante um "momento de transformação da nossa economia" e uma "oportunidade para reduzir desigualdades". Algo que deve ser encarado ainda com mais cuidado quando parece claro que "continuamos a apresentar muitas fragilidades ao nível das competências digitais da população", aponta a coordenadora do INCoDe.2030, Luísa Ribeiro Lopes.

À importância de qualificar cada vez mais pessoas e prepará-las para os novos desafios digitais, acresce a necessidade de combater as desigualdades de género, que continuam a afetar desproporcionalmente o sector digital.

80%

é a percentagem de europeus que se pretende que tenham competências digitais básicas até 2030

Conheça as principais conclusões da manhã e esteja atento ao Expresso para depois saber o que se discutiu à tarde.

Resposta à pandemia

  • A covid-19 fez acelerar a transição digital e colocou, mais rapidamente do que alguma vez tinha acontecido, mais pessoas e serviços na esfera digital
  • "Não fiquei surpreendido com a resposta rápida", revelou André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital
  • A adaptação é demonstrativa do grande salto que Portugal deu nos últimos anos, mas mostra também que é preciso apostar nas qualificações digitais e em projetos de inclusão (sociais, geográficos e de género) para que o passo acelerado da transformação não deixe parte da população para trás
Marta Atalaya (SIC) moderou uma das conversas da manhã, que contou com André de Aragão Azevedo, João Sobrinho Teixeira, João Costa e Miguel Cabrita
NUNO FOX

Aumentar qualificações

  • Qualificações digitais? São "competências que temos que renovar cada vez mais rapidamente", refere o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita
  • A formação deve ser contínua, não acaba "no dia em que terminamos o curso", defende João Sobrinho Teixeira, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
  • Programas governamentais vão no sentido de criar maiores sinergias entre associações empresariais e académicas para que a digitalização seja desenvolvida para benefício da população e da capacidade produtiva e científica

Desigualdade de género

  • Subsistem "significativas dificuldades de género", lembra Luísa Ribeiro Lopes
  • Esbater estas diferenças é um dos pontos essenciais do programa de transição digital, numa mudança que começa com o combate aos estereótipos e barreiras que continuam a fazer parte do fabrico da sociedade
  • Estão a ser implementadas medidas para lidar com este problema e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, acredita que esse trabalho é determinante "para quebrar ciclos de pobreza e exclusão" e para "garantir que as mulheres têm uma oportunidade de inclusão"

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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