António Barreto não tem dúvidas: "Foi um ano muito, muito difícil, que ainda não acabou. Tudo foi posto à prova, as instituições, as pessoas" atira o sociólogo e presidente do júri que avaliou as candidaturas aos Prémios BPI “la Caixa” Solidário. "Houve muitos gestos quase anónimos e silenciosos", acredita.
Nos últimos dez anos, em 26 edições concluídas, os Prémios BPI “la Caixa” Solidário entregaram cerca de €17,3 milhões para a implementação de 591 projetos de inclusão social em Portugal. No total, mas mais de 138 mil portugueses foram ajudados pelo espírito solidário de várias instituições sem fins lucrativos.
Num ano de pandemia o risco de exclusão social aumentou e os melhores exemplos de solidariedade em conjunto com as respostas que as comunidades espallhadas um pouco por todo o país estão a oferecer vão estar em destaque num evento digital a que poderá assistir a partir das 12h no Facebook do Expresso e na antena da SIC, com repetição no dia seguinte e cobertura no site do Expresso. "O desafio mais relevante é combater a pobreza em que se encontra uma boa parte da nossa população", lembra Artur Santos Silva, presidente honorário do BPI.
"Foi uma mudança muito rápida", explica António Barreto que acredita que "se nem sempre as entidades oficiais estiveram à altura" também é porque a complexidade da situaçãoestava sempre a aumentar a um ritmo muito elevado. Foi um ano em que deficiências estruturais dos sistemas de apoio ficaram a nú mas com as associações solidárias a serem capazes de dar uma resposta que também contribuiu para esbater, na medida do possível, a urgência social. "Tenho a certeza que houve muita má gestão com a comunicação e com acesso aos serviços", elabora.
O presidente do júri dos Prémios BPI “la Caixa” Solidário acredita que "a curto prazo penso que não vai haver grandes mudanças", o que neste caso em particular é sinal de que poderá ter sido evitado um (ainda mais) profundo colapso económico e social. Com a ajuda sempre presente das associações solidárias que continuam a fazer a diferença, bairro a bairro, pessoa a pessoa.
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